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REELEIÇÃO
Em depoimento, Nabor Júnior diz que recursos federais para o Acre 'passavam' pela aprovação da emenda
Senador vincula votação a verba federal
da Sucursal de Brasília
O senador Nabor Júnior
(PMDB-AC)
afirmou ontem
na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)
da Câmara dos
Deputados que a liberação de recursos federais para o Acre "passava" pela aprovação da emenda
da reeleição.
O senador prestou depoimento
sobre as acusações de compra de
votos para a aprovação da emenda
da reeleição.
"Não poderia haver dispersão
de votos na bancada, pois a prefeitura (de Rio Branco) e o Estado estavam dependendo de recursos federais", afirmou.
O senador se referiu a problemas
de inundação na cidade de Rio
Branco e à construção de rodovias
no Estado.
Nabor prestou depoimento como testemunha de defesa do deputado licenciado Chicão Brígido
(PMDB-AC), acusado de ter vendido o seu voto.
A CCJ também está analisando
denúncias contra os deputados
Osmir Lima (PFL-AC) e Zila Bezerra (PFL-AC).
Cúpula do PFL
A cúpula do PFL está controlando os trabalhos da CCJ. Nos depoimentos do governador Amazonino Mendes (PFL-AM), do governador Orleir Cameli (sem partido-AC) e do deputado José Jorge
(PFL-PE), os pefelistas lotaram o
plenário da comissão.
O líder do partido, Inocêncio
Oliveira (PE), esteve sempre em
prontidão para evitar qualquer
ataque aos pefelistas.
"Agora eu vou embora, pois já
cumpri o meu papel. Os depoimentos mostraram a isenção dos
governadores e a isenção dos deputados. O PFL é um partido limpo", disse Inocêncio ontem ao final do depoimento de José Jorge,
presidente do partido.
Campainha
O presidente da CCJ, Henrique
Eduardo Alves (PMDB-RN), teve
de acionar a campainha e pedir silêncio aos pefelistas que comemoravam o desempenho de José Jorge
no depoimento, considerado bom
pelo partido.
Alves queria dar início ao depoimento do senador Nabor, que não
contou com a presença da cúpula
peemedebista.
O presidente do PFL teve de esclarecer os motivos que levaram o
partido a expulsar os ex-deputados Ronivon Santiago e João Maia,
ambos do Acre.
Os dois, que renunciaram ao
mandato, disseram, em gravações
obtidas pela Folha, que receberam
entre R$ 100 mil e R$ 200 mil para
votar a favor da reeleição.
Ronivon afirmou ainda, nas fitas, que Chicão, Osmir e Zila também venderam o voto.
"Foi uma decisão política. Os
dois fizeram afirmações, no mínimo, levianas", disse José Jorge à
comissão.
A ex-deputada Rose de Freitas
(PSDB-ES) disse na CCJ que marcou uma audiência da deputada
Zila Bezerra com o presidente Fernando Henrique Cardoso no dia
da votação da emenda da reeleição
na Câmara.
"Ela me disse que votaria contra
porque estava contrariada com o
governo, que não apoiava suas teses políticas", afirmou Rose à comissão, testemunhando em defesa
da deputada.
Outro lado
O porta-voz da Presidência da
República, embaixador Sergio
Amaral, afirmou ontem à noite
que não há nenhuma relação entre
a votação da emenda da reeleição e
a liberação, por parte do governo
federal, de recursos para obras no
Acre.
"Isso já foi esclarecido por diversas vezes. As verbas para o Acre
estavam previstas desde o programa de governo do presidente Fernando Henrique Cardoso e seriam
liberadas de qualquer forma, embora tenham sido liberadas com
substancial atraso", afirmou o
porta-voz presidencial.
Para ele, essa liberação não pode
ser caracterizada como favorecimento ou troca de favores. "Estão
sendo liberados recursos inclusive
para governos de oposição", afirmou Amaral.
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