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REAÇÃO
Deputado Luiz Fernando (AM) afirma que demissão na superintendência é "traição" do presidente FHC
Suframa faz tucano ameaçar sair do PSDB
IGOR GIELOW
da Reportagem Local
A demissão do superintendente
da Zona Franca de Manaus é "um
pagamento" que Fernando Henrique Cardoso faz ao governador
Amazonino Mendes (PFL-AM)
"pela fraude eleitoral da compra
de votos na reeleição".
A avaliação, ouvida na oposição
amazonense desde que foi anunciada a demissão de Mauro Ricardo Machado Costa, foi dita ontem
por um deputado federal do
PSDB, partido do presidente da
República.
"Assim que trocarem o superintendente da Suframa eu saio do
partido. Isso é traição. FHC me
prometeu pessoalmente que não
tocaria lá", disse Luiz Fernando.
Amazonino teria, segundo gravações reveladas pela Folha, pago
R$ 200 mil por voto pró-reeleição
na região Norte. Ele nega.
O deputado disse estar "revoltado" com a saída de Costa da Suframa (Superintendência da Zona
Franca de Manaus). "O que ele
fez? Demitiu parentes do governador porque eram fantasmas."
Os tucanos são três dos oito deputados federais amazonenses.
Apesar de pequena, a bancada tem
como líder Arthur Virgílio Neto
-secretário-geral do PSDB e um
tucano "histórico".
Dos outros deputados, quatro
são ligados a Amazonino Mendes
e um é independente. Na Assembléia Legislativa em Manaus, 2 dos
24 deputados estaduais são tucanos e 18 pró-Amazonino.
A Folha não conseguiu falar com
Arthur Virgílio ontem. Recentemente, ele tem concedido entrevistas criticando a postura do governo federal no caso Suframa.
O governo não apresentou justificativas técnicas para a demissão
de Costa, cuja cabeça era reivindicada por Amazonino desde que
começou a reduzir o poder do governo estadual na Suframa.
Fez isso ao regular o uso de verbas da Suframa por políticos da região amazônica e ao normatizar
contratos entre o órgão e a Fucapi,
fundação ligada à Suframa. Demitiu a irmã e uma sobrinha de Amazonino no processo.
Segundo auditoria do Ministério
do Planejamento de maio do ano
passado, a Fucapi era um duto de
privilégios (como passagens aéreas de cortesia) e malversação de
verbas que privilegiava contratos
com o governo do Amazonas.
Amazonino, que não foi encontrado ontem em seu gabinete até as
19h, nega querer a Suframa.
Diz que a atual gestão foi danosa
porque, ao cassar benefícios de
empresas, dificultou o desenvolvimento do Estado -que baseia
80% de sua economia no Distrito
Industrial de Manaus.
Também divulgou, por meio do
PFL-AM, documento acusando
Costa de viver com mordomias.
Até ontem, o Ministério Público
do Amazonas não viu consistência
nas afirmações.
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