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Ministro diz que evita julgamento político
Hélio Costa afirma que Câmara deveria ter devolvido processos para que ele cobrasse os documentos das emissoras de rádio e TV
Para governo, eventual
extinção de concessões pelo
Congresso poderia levar
empresas a abrir ações
judiciais contra a União
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, disse, sem
identificá-los, que foi procurado por vários políticos que temiam um "julgamento político" da Câmara no exame dos
processos de renovação de outorgas de radiodifusão. Afirmou também que procurou dar
um "tratamento empresarial e
não político" ao assunto.
Ele disse ter sido informado
pela assessoria que havia possibilidade real de a Comissão de
Ciência, Tecnologia, Informática e Comunicação da Câmara
levar ao plenário a proposta de
extinção das concessões, e que
os empresários poderiam entrar com ações judiciais contra
a União pedindo indenização.
Para Hélio Costa, a comissão
deveria ter tomado a iniciativa
de devolver os processos ao ministério, para que ele cobrasse
os documentos dos empresários. Ele negou que tenha agido
politicamente para atender deputados: ""Para mim, não faz a
menor diferença quem está ou
não na lista", declarou.
Renegociação
O ministro disse que desconhece o fato de que há empresas com processos de renovação de outorgas parados por estarem endividadas -a legislação exige a apresentação de
certidões negativas de débito
com União, Estados e municípios. Mas afirmou que dará
prazo de 90 dias para que as
empresas em tal situação possam renegociar seus débitos.
""Minha proposta é resolver, e
não passar o laço no pescoço
das empresas. Podendo resolver, por que piorar?", declarou.
Costa disse que o ministério
dará uma solução para os casos
que estão pendentes e que ""não
dá mais para empurrar, para
deixar TV e rádio em nome de
antigos donos". Ele atribui a
maior parte da responsabilidade pelos problemas atuais ao
governo anterior, que fechou,
no final de 2002, as delegacias e
representações estaduais.
As delegacias tinham poder
para resolver vários processos
que hoje dependem de autorização do ministro, como as
transferências de participações
acionárias inferiores a 50% do
capital. Costa diz que o fechamento das delegacias sobrecarregou a estrutura do ministério, em Brasília, que tem 200
funcionários: ""Até para transferir antenas retransmissoras é
preciso minha assinatura".
Segundo ele, a gerência da
Anatel (Agência Nacional de
Telecomunicações), em São
Paulo, tem mais funcionários
do que o ministério. Disse que a
quantidade de processos existentes é tão grande que estão
sendo construídas instalações
para acomodar os documentos.
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