ROGÉRIO PAGNAN
EVANDRO SPINELLI

DA FOLHA RIBEIRÃO

O prefeito de Ribeirão Preto (314 km de SP), Antônio Palocci Filho (PT), anunciou ontem que vai se afastar do cargo para se dedicar exclusivamente à coordenação do programa de governo do candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva.
O afastamento ocorre no momento em que a administração municipal está sendo investigada pela Polícia Civil e pelo Ministério Público por possíveis irregularidades em licitações e em que o candidato Ciro Gomes (PPS) encosta em Lula nas pesquisas de intenção de voto.
Ele nega que o afastamento tenha alguma relação com a situação vivida por sua administração.
"Agora é necessário estar mais perto [do Lula". Por isso, vou me afastar. É um afastamento curto, de cerca de 30 dias, e retorno."
Na última pesquisa Datafolha, divulgada na quarta, Lula aparece com 33% das intenções de voto, contra 28% de Ciro.
"Eu achava que, concluindo o programa de governo, poderia me afastar um pouco da campanha, mas o Lula me pediu uma série de outras coisas ainda do programa de governo, uns cadernos temáticos, questões de turismo, cooperativismo, geração de emprego. Para continuar fazendo isso e continuar administrando, fica difícil", disse ele.
Palocci ficará afastado do cargo de 10 de agosto a 10 de setembro, mas o prazo pode ser prorrogado. O pedido de autorização à Câmara foi protocolado ontem na Câmara e deve ser votado na terça.
De acordo com Palocci, seu afastamento não vai gerar ônus ao município, já que a licença não será remunerada. O vice-prefeito, Gilberto Maggioni (PMN), assume o cargo interinamente.
Palocci disse acreditar que não existe a necessidade de mudança de estratégia de campanha diante da queda do candidato petista nas pesquisas. "Se o Lula caísse sem parar, era necessário uma mudança de estratégia. O Lula caiu para um patamar de 33%, 34%, que é o melhor patamar histórico dele, e parou nisso. Eu, particularmente, acho que não é necessária a mudança de estratégia. Se ele estivesse em queda como está o Serra...", afirmou.



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