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PT SOB SUSPEITA
Para vereadores da base de sustentação do prefeito, depoimento contradiz versão de sócio da empresa
Ex-gerente da São José diz que não sabia de pressões
EDUARDO SCOLESE
DA AGÊNCIA FOLHA
O depoimento ontem à CPI de
Santo André de um ex-gerente-administrativo da Viação São José
serviu apenas, segundo vereadores, para colocar em xeque a versão apresentada à própria comissão do deputado federal Duílio Pisaneschi (PTB), que foi sócio dessa empresa de transporte até 1998.
De acordo com os vereadores,
todos da base de sustentação do
prefeito João Avamileno (PT), o
deputado Pisaneschi disse em depoimento que o ex-gerente da São
José, o seu cunhado Homero Ferreira dos Santos, teria sido pressionado pelo empresário Ronan
Maria Pinto a sair da empresa.
Ontem, Homero declarou que
apenas ficou sabendo das supostas pressões quando foi despedido da empresa, em julho de 2000.
"O senhor Luiz Alberto Gabrilli
Filho [um dos sócios da São José"
disse que me mandou embora
pois estava sendo forçado a isso.
Mas eu nunca recebi recado nenhum", afirmou Homero, que diz
desconhecer os motivos que o levaram a ser despedido.
Homero afirmou aos vereadores que nunca trabalhou com Ronan nem ouviu falar de esquemas
de propina na cidade. O vereador
Antônio Leite (PT), presidente da
CPI, disse que o depoimento de
Homero colocou em xeque as
versões apresentadas por Duílio
Pisaneschi.
"No depoimento, Pisaneschi
tentou provar que havia perseguição, e ele exagerou um pouco nas
tintas", disse Leite.
Interesses
Para Pisaneschi, os vereadores
da CPI possuem interesses para
"mudar as bolas" dos depoimentos. "Eu nunca disse que o Homero foi ameaçado diretamente. Falei à CPI que o senhor Gabrilli
[testemunha de acusação do Ministério Público" estava sendo
ameaçado para despedir o Homero", afirmou o deputado.
Segundo o relator da comissão,
Donizeti Pereira (PV), existe uma
série de "mentiras" entre os depoimentos colhidos. Para ele,
possíveis acareações só serão definidas em uma reunião da comissão na próxima quarta-feira.
Na última segunda-feira, a Justiça acolheu denúncia contra o vereador petista Klinger Luiz de
Souza, secretário afastado de Serviços Municipais, e outras cinco
pessoas acusadas de extorquir
empresários do setor de transporte público, entre elas Ronan Maria
Pinto. Eles foram acusados de formação de quadrilha. À CPI todos
negaram as acusações.
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