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"Métodos são inaceitáveis", diz advogado
DA REPORTAGEM LOCAL
Para o advogado criminalista
José Roberto Leal, 56, que defende
Paulo Maluf, "promotor não pode arquivar inquérito, quem tem
que arquivar é o juiz". "Só vai para o tribunal o que o Ministério
Público do Estado quer", diz.
"Eu confirmo tudo aquilo que
escrevi nos autos. É um absurdo a
forma como querem arquivar as
representações. Isso não está previsto em lei. Os arquivamentos
não foram feitos na gestão do dr.
Marrey", diz o advogado.
"No último arquivamento, não
houve publicação no "Diário da
Justiça". Eu deveria ter recebido a
intimação", diz o advogado.
Leal afirma que a primeira representação contra Blat, em 2000,
foi arquivada "de uma maneira
absurda, usou-se de métodos
realmente inaceitáveis". Na segunda, "tiraram xerox e instauraram um procedimento deles, sem
que a gente fosse intimada".
Leal diz que os promotores já
conheciam o depoimento de Sílvio Rocha, prestado um ano antes
ao Ministério Público: "Praticaram o crime de abuso de autoridade. Expuseram Maluf ao ridículo, macularam sua honra com
aquele embuste montado com a
finalidade de desmoralizá-lo".
"Cheguei à conclusão que, em
São Paulo, para processar um
promotor, ele tem que matar a
mulher", diz o advogado.
No caso das supostas contas de
Maluf no exterior, Leal afirma ter
estranhado que "todas as declarações dos jornalistas tinham a mesma redação".
"Houve quebra de sigilo fiscal,
quebraram o sigilo telefônico e
forneceram elementos cobertos
pelo sigilo para a imprensa", diz.
O advogado Ricardo Tosto, 39,
da área cível, também diz que é
"um privilégio" os promotores
serem julgados pelo procurador-geral". "Com todo o respeito pelo
Ministério Público, acho injusto.
Alguns promotores usam a mídia
para fazer investigação. A investigação deveria ocorrer sem excessos de agressividade. Porque os
danos são irreparáveis. É muito
fácil acusar. Depois, não se comprovando a acusação, como você
será ressarcido desse prejuízo?".
"Alguns promotores, no afã de
apurar ilegalidades, se precipitam, julgam, quando sua função
não é julgar, é investigar. Eles não
são juízes."(FV)
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