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Promotor sugere processar ex-prefeito
DA REPORTAGEM LOCAL
Em sua defesa no Ministério
Público Estadual, o promotor Sílvio Marques sugeriu a instauração de inquérito policial contra
Paulo Maluf e seus advogados por
denunciação caluniosa e prática
de crime contra a honra do procurador-geral de Justiça.
Marques preside inquérito civil
para apurar eventual enriquecimento ilícito de Maluf e seus familiares. Os promotores Marques
e José Carlos Blat representaram
criminalmente contra o assessor
de imprensa de Maluf, Adilson
Laranjeira. Em notas à imprensa,
Laranjeira havia considerado "ilícitos e falsos" os procedimentos
dos promotores.
Em carta à Folha, publicada no
"Painel do Leitor" na edição de 28
de junho de 2001, Laranjeira afirmou que os promotores tentam
"transformar o Ministério Público em braço político de interesses
partidários, que são, no mínimo,
inconfessáveis".
O MPE informou que sete jornalistas ouvidos negaram que as
informações tivessem sido fornecidas por Mendroni ou Marques.
Invocando garantia constitucional, os jornalistas se recusaram a
revelar as suas fontes ao MPE.
Marques e Mendroni afirmaram nos autos que não divulgaram nenhum dado protegido pelo
sigilo. Marques disse que a informação inicial sobre a existência
das contas foi fornecida pelas autoridades de Jersey.
Sustentou que o inquérito civil é
público. Se não há sigilo, não há
como praticar a violação, alegou.
Mendroni sustentou que, em
março de 2000, recebeu do Coaf
(Conselho de Controle das Atividades Financeiras), órgão federal,
a notícia da existência de valores
pertencentes a Maluf e seus familiares. Disse que a notícia sobre
esses valores foi publicada mais
de um ano depois, e que não forneceu informações à imprensa.
Mendroni estranhou que Maluf
tivesse alegado quebra de sigilo
bancário, uma vez que o ex-prefeito sempre afirmou não possuir
conta bancária no exterior. Para a
procuradoria, não ficou provado
que Blat cometeu crime no episódio da suposta filha fora do casamento de Maluf.
O depoimento de Oliveira e a
exibição da fita haviam sido decididas, em votação unânime, pela
comissão de inquérito.
(FV)
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