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Senado aprova emenda que torna
execução de Orçamento obrigatória
Projeto ainda precisa ser aprovado pela Câmara para poder entrar em vigor
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em meio ao escândalo dos
sanguessugas, o Senado aprovou ontem, em segundo turno,
a proposta de emenda constitucional que torna o Orçamento
da União, de Estados e municípios impositivo, ou seja, de execução obrigatória, e não mais
apenas autorizativo. A matéria
foi para a Câmara.
Esse procedimento tem sido
apontado por parlamentares
como uma das soluções para
coibir irregularidades na elaboração do Orçamento da União.
A CPI dos Sanguessugas investiga atualmente o recebimento
de propina por deputados e senadores, em conluio com funcionários do Executivo, para
destinar recursos da peça orçamentária para a compra de ambulâncias superfaturadas.
A matéria foi aprovada ontem pela unanimidade dos 55
senadores presentes. Mesmo
tornando o Orçamento impositivo, a PEC não engessa completamente o Executivo. A proposta permite o contingenciamento (bloqueio) de recursos
desde que o presidente da República envie uma solicitação
ao Congresso até 120 dias antes
do final da sessão legislativa,
em 31 de dezembro. Em casos
de calamidade pública ou de
impacto negativo na arrecadação da receita, a solicitação poderá ser feita a qualquer tempo.
Se o pedido não for apreciado
pelo Congresso em 30 dias será
considerado aprovado.
Uma das medidas aprovadas
foi a extinção da Comissão Mista do Orçamento porque ela
possibilitaria, segundo parlamentares, negociações que resultariam em desvios de verbas.
Assim, cada comissão permanente da Câmara e do Senado
discutiria a parte da peça orçamentária que lhe diz respeito. A
proposta determina ainda que
a lei orçamentária anual só incluirá novos projetos se aqueles
em execução já tiverem sido
contemplados com recursos.
"O objetivo é impedir a proliferação de obras paralisadas,
que constitui uma das grandes
fontes de desperdícios dos recursos públicos", afirmou o autor da PEC, senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
LDO
O governo deverá ser obrigado a enviar ao Congresso o projeto de Orçamento de 2007 antes da aprovação da lei que fixa
as regras para a elaboração do
texto orçamentário.
Ontem, por falta de acordo
entre governo e oposição, foi
cancelada a sessão conjunta da
Câmara e do Senado que votaria a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) para 2007. Com
isso, o texto -que já deveria estar aprovado desde julho- só
deve ser analisado em setembro, enquanto o governo tem a
obrigação de concluir até o final
deste mês a proposta de Orçamento para o ano seguinte.
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