DA AGÊNCIA FOLHA

Dizendo ter relação "on-line" com o ministro Miguel Rossetto, o novo presidente do Incra, o economista gaúcho Rolf Hackbart, 45, disse estar "tranquilo" em relação à virtual oposição que terá do MST e da CPT.
"Minha relação com o Rossetto é ótima, on-line. O diálogo será franco e aberto." Ele não quis falar sobre a demissão de Marcelo Resende mas afirmou que o Incra terá "novidades". (EDS)
 

Agência Folha - Como assumir o cargo num momento de tensão no campo e com a desaprovação de MST e CPT?
Rolf Hackbart - Estou muito tranquilo. Fui convidado pelo ministro Rossetto para executar a reforma agrária. A política continua, os superintendentes regionais serão mantidos. Vou tomar pé da situação, levando em conta as restrições existentes.

Agência Folha - Marcelo Resende defende uma reforma agrária maciça e a elaboração de um novo Plano Nacional de Reforma Agrária. O programa continuará na mesma linha?
Hackbart - Há uma determinação do governo e do ministro para elaborar o plano, que visará uma reforma agrária mais planejada, com o maior número de famílias possível.

Agência Folha - Sabe-se que o orçamento do Incra é insuficiente para assentar as famílias acampadas. Como será trabalhar sob pressão e com orçamento enxuto?
Hackbart - Ainda bem que o Brasil tem movimentos sociais organizados, com bons interlocutores. Há restrição fiscal orçamentária, mas vamos ter de resolvê-la buscando verba suplementar para o orçamento de 2004. É claro que alguém tem de financiar, pois sem dinheiro ninguém faz nada.

Agência Folha - Mesmo sem apoio, o sr. vai procurar os movimentos para o diálogo?
Hackbart - Sempre. O gabinete do ministro e o meu gabinete estarão sempre abertos a todos os movimentos sociais e a todos os defensores da reforma agrária.

Agência Folha - E quanto à estrutura do Incra. Faltam pessoal, carros, computadores, não há perspectiva de concurso público...
Hackbart - Primeiro vou tomar pé da situação, mas com certeza virão novidades pela frente.


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