São Paulo, sexta-feira, 03 de setembro de 2004

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Candidato propõe ponte até Fernando de Noronha

EDUARDO DE OLIVEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA

Apesar de propostas como construir uma ponte para ligar Natal a Fernando de Noronha ou colocar massagistas em postos de saúde, o candidato à prefeitura da capital potiguar Miguel Joaquim da Silva (PTC), 65, o Miguel Mossoró, não se acha folclórico e diz ser um "político de idéias novas".
Uma ponte entre Natal e a ilha teria 361 km de extensão, de acordo com o Comando da Marinha -a distância equivale a 27 pontes Rio-Niterói, que tem 13,3 km.
Questionado sobre a viabilidade da sua proposta, Mossoró afirmou que "se os europeus fizeram um túnel embaixo do mar, por que nós não podemos fazer uma ponte como essa?". Ele se refere ao Eurotúnel, pelo qual trens passam sob o canal da Mancha, entre a França e a Inglaterra.
Mossoró já havia dado mostras de qual seria a toada da sua campanha no primeiro dia da sua propaganda na televisão. Para evitar que seus concorrentes o "copiassem", ele se apresentou guardando num cofre o que sugeriu ser o seu programa de governo.
Sargento reformado do Exército e pai de sete filhos -tem oito netos-, o candidato disse que uma das prioridades de seu governo será combater o turismo sexual.
Outra promessa de Mossoró é reaparelhar os postos de saúde de Natal e contratar equipes de massagistas para cuidar dos idosos. "Eu não quero nenhum velho mocorongo por aqui. Eu quero os cabras de 60, 70 anos me abraçando, me apoiando", justificou.
Sua campanha ocorre "sem apoio dos empresários", como ele define. Mossoró disse que para viabilizar a compra de cem adesivos para carro e mil cadernetas para guardar títulos de eleitor havia ontem emitido um cheque pré-datado para 30 dias, de R$ 330. Ele afirmou que seus programas de TV são feitos com a ajuda do partido e que não gasta mais do que R$ 150 por gravação.
Mossoró disse ainda que está concorrendo para divulgar o PTC no Rio Grande do Norte. Declarou que não tem pretensão de ganhar, mas que pode ser "a surpresa" no final das eleições. De acordo com a pesquisa Ibope divulgada no último dia 26, ele não chegou a 1% das intenções de voto.
"Disseram que estou de palhaçada, mas palhaçada é não ter seringa no posto de saúde, é entregar nossas divisas ao FMI."


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