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ELEIÇÕES 2006 / TENDÊNCIAS DO VOTO
Pesquisas indicam continuísmo em Estados
Em 19 das 27 unidades da Federação os favoritos são da situação; em apenas oito a tendência é de realização de segundo turno
Levantamentos mostram que, com exceção do Ceará, não houve alterações no cenário eleitoral após o início do horário gratuito
FERNANDO RODRIGUES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Pesquisas nos 26 Estados e
no Distrito Federal (21 delas
realizadas já depois do horário
eleitoral no rádio e na TV) mostram um quadro de grande estabilidade nas disputas pelos
governos locais na comparação
com o período inicial do processo, há dois meses: em 19 casos há possibilidade de solução
já no dia 1º de outubro.
Também chama a atenção
que há igual número de favoritos (19) que representam os
grupos já instalados no poder
no momento.
Se as pesquisas forem confirmadas pelas urnas, a eleição terá uma forte marca de continuísmo das forças políticas
-como nunca ocorreu desde a
adoção do sistema que permite
a reeleição, em 1998.
Naquele ano havia 21 governadores disputando a reeleição
no cargo. Apenas 14 se reelegeram. Em 2002, como muitos já
eram reeleitos (a Constituição
permite apenas uma reeleição
seguida da eleição), foram só 14
os que tentaram mais um mandato. Apenas 9 se reelegeram.
Também vale destacar que,
em 1998, a eleição só foi decidida no primeiro turno em 14
unidades da Federação. Em
2002, apenas em 12.
O quadro de pesquisas da segunda quinzena de agosto -a
ampla maioria realizada pelo
Ibope- mostra que o horário
eleitoral de rádio e de TV fez
pouca diferença. Uma exceção
de virada de tendência foi o
Ceará, com Cid Gomes (PSB)
passando à frente, com larga
vantagem, de Lúcio Alcântara
(PSDB), o atual governador que
disputa a reeleição.
A seguir, um resumo de como
estão os principais partidos nos
Estados:
PT - a rigor, só é favorito em
Sergipe (1,03% dos eleitores do
país), onde pesquisa do Ibope
mostra que Marcelo Déda (petista e ex-prefeito de Aracaju)
tem chance de levar no 1º turno
contra o atual governador,
João Alves, do PFL.
No Acre (0,33% dos eleitores
brasileiros), onde o clã petista
dos Vianas (Jorge, o atual governador, e Tião, o senador) comanda o Estado há oito anos, o
candidato petista, Binho Marques, tem 42% e pode ter de enfrentar segundo turno. Márcio
Bittar (PPS) está com 35%, segundo o Ibope.
No Piauí (1,7% do eleitorado
brasileiro), o atual governador
é o petista Wellington Dias,
que aparece com 46% das intenções de voto, segundo o Ibope. No seu encalço estão Mão
Santa (PMDB), com 33%, e Firmino Filho (PSDB), com 11%. A
margem de erro é de três pontos percentuais.
PMDB - tem chances em nove Estados e é a sigla mais bem
posicionada nas disputas estaduais. Ao todo, nessas localidades, pode governar 33% dos
eleitores brasileiros -incluída
a região Sul inteira.
Essa hegemonia deve ser relativizada, entretanto, pois cada Estado tem um cacique do
PMDB que pensa apenas no
seu próprio projeto de poder.
No Rio, Sérgio Cabral pode
vencer, mas é ligado ao grupo
do ex-governador Anthony Garotinho, que não se dá com a direção nacional peemedebista.
Outro exemplo é o do Paraná,
onde o candidato favorito Roberto Requião é considerado
auto-suficiente dentro da sigla
e pouco disposto a atender o
comando central.
PSDB - tem chances reais
em seis Estados, incluindo os
cobiçados dois maiores eleitorados do país: São Paulo (22,3%
do eleitorado nacional) e Minas Gerais (10,9%).
Outros Estados onde o PSDB
aparece bem posicionado são
Pará (com a possível volta de
Almir Gabriel, que lidera as
pesquisas), Paraíba (com a
eventual reeleição de Cássio
Cunha Lima), Roraima (com
Ottomar Pinto) e Tocantins
(Siqueira Campos).
PFL - sigla historicamente
periférica, nesta eleição aparece bem posicionada na disputa
pelos governos do Distrito Federal, da Bahia, do Maranhão e
de Pernambuco.
A jóia da coroa do PFL continua sendo a Bahia, onde o atual
governador, Paulo Souto, aparece com chance de vencer no
primeiro turno. O eleitorado
baiano equivale a 7,2% do total
do país e é o quarto maior.
Há um pefelista também
competitivo em Pernambuco
(Mendonça Filho, ex-deputado
federal e autor, em 1995, da
emenda constitucional que
instituiu a reeleição no Brasil).
Mendoncinha, como é conhecido, tem 34% das intenções de
voto. O segundo colocado, o petista Humberto Costa, aparece
com 22%. O terceiro é Eduardo
Campos (PSB), com 19%. A
pesquisa é do Ibope, realizada
na metade de agosto e com
margem de erro de dois pontos.
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