São Paulo, segunda-feira, 03 de setembro de 2007

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Escândalo foi articulado em representação alagoana, diz PF

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Foi na sede de uma representações estadual em Brasília que se articulava um dos maiores escândalos de corrupção revelados pela Polícia Federal neste ano, que deu origem à Operação Navalha, no mês de maio.
Segundo a PF, um dos braços do esquema de fraudes em obras públicas era Enéas de Alencastro Neto, homem de confiança do governador alagoano Teotônio Vilela (PSDB). Enéas chegou a ser preso pela polícia sob a acusação de participar das negociatas com o empresário Zuleido Veras, da construtora Gautama.
A Gautama, cujos lobistas atuavam em ministérios, comandava o esquema de fraude a licitações, segundo a polícia.
No inquérito criminal, a PF afirma que "Enéas e Denilson [de Luna Tenório, também funcionário do governo alagoano] falam que a ordem teria partido do governador, o qual no dia 26 de abril, às 12h30, teve encontro com Zuleido no gabinete de João Tenório, em Brasília". Após o escândalo ele foi substituído interinamente por Germana Laureano.
A mesma operação, que resultou na queda do ministro Silas Rondeau (Minas e Energia), pôs sob suspeita o governador do Maranhão, Jackson Lago (PDT), que foi acusado de ter recebido propina por intermédio de dois sobrinhos. Ele nega. Seu filho, o ex-deputado Wagner Lago (PDT), é o representante do Maranhão em Brasília.
As "embaixadas" estaduais também já abrigaram outros personagens que, mais tarde, seriam arrolados em escândalos, como Waldomiro Diniz.
Em 1999, Waldomiro foi nomeado como cota do PT pelo então governador do Rio Anthony Garotinho (PMDB) para chefiar a representação do Estado em Brasília. Ficou até fevereiro de 2001.
O ex-deputado Ricarte de Freitas Júnior foi indicado para assumir o escritório de representação de Mato Grosso pelo governador Blairo Maggi (PR). Ele foi acusado pela CPI dos Sanguessugas de participar do esquema da máfia das ambulâncias.
Segundo o empresário Luiz Antonio Vedoin, apontado como chefe do esquema, Ricarte devia R$ 279.393 ao esquema por pagamento adiantado de propina. Ele nega.


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