São Paulo, quarta, 3 de setembro de 1997.



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Governador esvazia PDT

FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba

O governador do Paraná, Jaime Lerner, assinou ontem em Curitiba sua filiação ao PFL.
Lerner levou consigo a maior parte do grupo político que o acompanha, esvaziando o PDT, seu ex-partido. Ele disse que saiu do PDT por considerá-lo, hoje, um partido "fraco".
Cinco deputados estaduais assinaram a filiação ao PFL junto com Lerner. Todos saídos do PDT. Agora, dos 54 parlamentares da Assembléia Legislativa do Paraná, 18 são do PFL.
Seguiram o governador o prefeito de Curitiba, Cássio Taniguchi, e 14 secretários municipais da capital -de um total de 17.
O presidente do PFL no Paraná, José Carlos Gomes Carvalho, afirmou que pelo menos 80 prefeitos do Estado -são 399- já estão com o novo partido do governador paranaense.
"O PFL tem um amplo espectro de ação entre os extremos da política em que se encaixam todos aqueles que desejam o avanço social", disse Lerner. "É deste lado que está o grupo que lidero."
Inocêncio Oliveira, líder do PFL na Câmara, anunciou que negocia a entrada de outros líderes nacionais no partido.
"No próximo dia 18, será a vez do governador Siqueira Campos, do Tocantins, e de seis deputados federais. Dia 19, é a vez de Luiz Antonio de Medeiros e de Paulo Pereira da Silva (dirigentes da Força Sindical). E no dia 25 teremos a filiação do deputado Luiz Carlos Santos, mais três deputados federais e cinco ou seis estaduais em São Paulo", disse.
Inocêncio afirmou ainda que o PFL será o maior partido do Brasil. "Sairemos das urnas de 98 com mais de 12 governadores e no mínimo 150 deputados federais eleitos."
O vice-presidente Marco Maciel participou da cerimônia de filiação, ao lado do presidente interino do PFL, José Jorge, e do líder do partido no Senado, Hugo Napoleão, além de Inocêncio, senadores, deputados, prefeitos e secretários de governo.

"Laranja chupada"
O presidente do PDT, Leonel Brizola, disse ontem pela manhã, em entrevista por telefone a uma emissora de rádio de Curitiba, que "Lerner será uma 'laranja chupada' dentro do PFL".
Brizola disse ainda que a saída de Lerner do PDT "é uma poda feita pelas mãos de Deus, uma exclusão da podridão que ainda existe no partido".



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