|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
GRAMPO NO BNDES
Segundo ele, criação da Abin incomodaria a PF
Objetivo de acusação é envolver agência do governo, diz Telmo
da Sucursal do Rio
O agente da Subsecretaria de Inteligência do Rio Temilson Resende, o Telmo, apontado pela
Polícia Federal como responsável
pela instalação do grampo no
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), diz que seu nome foi ligado
ao episódio para "envolver o serviço de inteligência do governo".
"Creio que eles acharam que tenho o perfil ideal. Está para ser
sancionada a lei de criação da
Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e o envolvimento da
Agência causaria mais polêmica e
dificultaria sua criação", disse
Telmo.
Ele acredita que a Abin (que seria criada a partir da Subsecretaria de Inteligência) poderia contrariar os interesses da Polícia Federal.
Jornais
Telmo, que trabalha há 23 anos
na comunidade de informação e
confirma conhecer boa parte dos
nomes apontados como envolvidos no grampo, afirma só ter sabido do fato pelos jornais.
"Da mesma forma que eu, há
500 pessoas trabalhando em vários órgãos de informação no Rio.
Muitas delas não sabiam. Por que
eu teria conhecimento?", argumentou.
Amigo do ex-superintendente
da Polícia Federal no Rio, Edson
de Oliveira, Telmo afirma ter conversado com ele para tentar descobrir a razão do envolvimento
de seu nome, mas diz não ter tido
nenhuma informação sobre o inquérito porque Oliveira "não tinha acesso à investigação".
Telmo vem sendo investigado
desde o ano passado como suspeito pela autoria das gravações
de conversas telefônicas no
BNDES, durante o processo de
privatização da Telebrás.
Afastamento
O episódio acabou levando ao
afastamento do então presidente
do banco, André Lara Resende, e
de Luiz Carlos Mendonça de Barros, que era ministro das Comunicações.
Atualmente afastado da função
de analista de informações e trabalhando como agente administrativo, apenas em atividades burocráticas, Telmo se diz acabado
profissionalmente.
"Meu único patrimônio é uma
casa em Jacarepaguá (zona oeste
do Rio) e um Opala 92. Estou
prestes a me aposentar", diz o
suspeito do grampo.
Salário
Hoje, com um salário bruto de
R$ 3.327,00 , Telmo diz que jamais teve cargo de chefia ou de
confiança, o que ele aponta como
mais uma prova de que não seria
amigo de João Guilherme de Almeida.
Até a semana passada, Almeida
era coordenador da Subsecretaria
de Inteligência no Rio de Janeiro e
apontado como mais um agente a
ter conhecimento do grampo que
teria sido feito por Telmo na sede
do BNDES.
Caso seja absolvido, Telmo pretende estudar algum tipo de ação
judicial contra a União por danos
morais.
Texto Anterior: Projeto sobre novo cálculo deve ser revisto Próximo Texto: Desnacionalização: Triplica a remessa de lucros ao exterior Índice
|