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SEM-TERRA
MST suspende mobilizações para discussão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) decidiu suspender todas as mobilizações no país até o início da próxima semana.
Durante esse período, o movimento vai discutir com os assentados e os acampados a proposta
reapresentada pelo governo ao
secretário-nacional da CNBB,
dom Raymundo Damasceno. A
proposta foi formalizada por Fernando Henrique em reunião no
domingo.
A proposta do governo foi entregue ontem formalmente por
dom Raymundo a Gilberto Portes, um dos líderes do MST.
"Proposta final"
Para Portes, essa é a "proposta
final" do governo porque foi
apresentada em uma reunião onde estavam as maiores autoridades do país. "Agora, para mudar,
só se for São Pedro ou o Papa."
Portes disse que durante esta semana vai explicar a proposta aos
sem-terra que vão decidir se querem ou não o empréstimo nas
condições da linha C do Pronaf.
Ficar sem plantar
Segundo o líder sem-terra, a
outra opção dos assentados é ficar
sem plantar este ano.
Gilberto Portes negou que o governo tenha conseguido acuar o
MST.
"Estamos em uma fase em que
quem perde com essa proposta
não são os sem-terra porque nós
não vamos morrer de fome por
causa de R$ 2.000. Quem vai se
desmoralizar perante a sociedade,
e as próprias urnas já estão dizendo isso, é o governo", afirmou.
Subsídios
Portes disse que as 110 mil famílias que reivindicam crédito facilitado não têm capital e terão dificuldades em conseguir empréstimos nos bancos nas condições da
linha C do Pronaf. "O pequeno
agricultor não consegue sobreviver se não tiver subsídios", afirmou.
O líder sem-terra disse que o
bônus de adimplência de R$ 40
oferecido pelo governo não facilita em nada as condições de empréstimo para o agricultor. "O
ponto principal é o rebate, que
continua fixo em R$ 200", disse.
(DANIELA NAHASS)
FRASE
Estamos em uma fase
em que quem perde
com essa proposta não
são os sem-terra porque nós não vamos
morrer de fome por
causa de R$ 2.000.
GIILBERTO PORTES
líder do MST
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