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VEREADORES
Dos 55 parlamentares, apenas 27 conseguiram se reeleger; apoiadores de Pitta, como Brasil Vita (PPB) e Colasuonno (PMDB), são derrotados, e PT sobe de 9 para 16 cadeiras
Câmara de SP tem renovação de 51%
CHICO DE GOIS
DA REPORTAGEM LOCAL
A bancada que assegurou a vitória do prefeito de São Paulo, Celso
Pitta (PTN), no processo de impeachment foi derrotada na eleição para a Câmara Municipal.
Pelo resultado das urnas, que
provocou uma renovação de
50,9% do Legislativo paulistano, o
que se percebe é que os vereadores que se opuseram às investigações da máfia da propina, ou
aqueles denunciados por ela, acabaram sepultados na urna.
Máfia da propina é como ficou
conhecido o esquema de corrupção que envolvia vereadores e fiscais municipais para cobrar "taxas" de camelôs e empresários.
É a maior taxa de renovação da
década. Em 1992, ela foi de 40,0%.
Em 1996, 36,3%
Dos 55 vereadores, 27 conseguiram se reeleger. O PT foi a bancada que melhores resultados obteve. Os nove parlamentares da
atual bancada conseguiram se
reeleger e, graças à expressiva votação de José Eduardo Martins
Cardozo, a legenda fez mais sete
vereadores, totalizando uma bancada de 16.
Integrante da coligação que
apóia Marta Suplicy (PT), o PC do
B elegeu os três candidatos a vereador. Já o PSB continuou com o
mesmo número de parlamentares -dois - e o PPS pulou de
um para dois membros. O PSDB,
que nesta legislatura tinha três
parlamentares, terá oito na próxima. No entanto, dos tucanos que
encerram o atual mandato, somente três voltam para trabalhar
na Câmara no próximo ano.
Tropa de choque
Além disso, os parlamentares
que se colocaram na linha de frente na defesa do prefeito Celso Pitta
amargaram uma derrota, para alguns, histórica. Da tropa de choque de Pitta, integrada por Wadih
Mutran (PPB), Brasil Vita (PPB) e
Miguel Colasuonno (PMDB), só o
primeiro conseguiu se reeleger.
Mesmo assim, por pouco não ficou de fora. Em 1996, Mutran havia sido o quarto mais votado,
com 58.050 votos. Nesta eleição,
obteve 22.570 -ou seja, perdeu
35.480 eleitores.
Colasuonno, que em 1996 foi o
segundo mais votado, com 63.585
votos, não se reelegeu -somente
10.456 eleitores o apoiaram agora.
Brasil Vita, o vereador que entrou para o Guiness Book (o livro
dos recordes) como o político
com maior número de mandatos
consecutivos (dez), também não
terá gabinete na Câmara em 2001
-embora seu nome permaneça
gravado no salão nobre do oitavo
andar, numa demonstração do
poder que exerceu na Casa até então. Ele obteve 19.066 votos, contra 34.032 na eleição de 1996.
Embora mais discretos na defesa de Pitta, mas com poder de voto para enterrar CPIs e a prorrogação da investigação da máfia da
propina, vereadores considerados do baixo clero também foram
alvo do descontentamento dos
eleitores.
Archibaldo Zancra (PL), que
não se reelegeu, controlava a Administração Regional de Vila Prudente e foi o relator de um pedido
de impeachment, que acabou arquivado, contra o prefeito, encaminhado pelo advogado José Mário Pimentel Moura, que acusava
Pitta de ter sido negligente na cobrança de uma dívida de R$ 56
milhões do Estado.
Outro que atuou a favor de Pitta
e acabou sem mandato no próximo ano é Natalício Bezerra (PTB).
Eleito em 1996 principalmente
com o voto dos taxistas, Bezerra
foi contrário à prorrogação da
CPI da máfia da propina e, como
relator do pedido de impeachment, só votou favorável graças a
pressão de seu partido, que se coligou com o PSDB.
Maria Helena Fontes (PL) foi
acusada de várias irregularidades
que lhe valeram um processo de
cassação. Chegou a ser presa durante as investigações. Seus colegas da bancada de Pitta a livraram
de perder o mandato. Nas urnas
eletrônicas, passou dos 13.016 votos de 1996 para 6.416.
Paulo Roberto Faria Lima
(PMDB), que controlava a Administração Regional de Pinheiros e
o módulo 1 do PAS (Plano de
Atendimento à Saúde), não enfrentou nenhum processo de cassação na Câmara, mas foi derrotado pelos eleitores. Em 1996, ele
obteve 39.730 votos. Nesta eleição, perdeu o apoio de 20.000. Resultado: somou 19.704 votos e está
fora da próxima legislatura.
Os governistas que conseguiram se reeleger também amargaram, de certa forma, uma derrota.
Toninho Paiva (PFL), que em
1996 foi eleito com 62.407 votos,
reduziu sua votação a 25.729 eleitores. Dos 28.817 votos obtidos
em 1996, José Viviani Ferraz (PL)
conseguiu só 10.114. E Edivaldo
Estima (PPB), quinto mais votado
em 1996, com 53.668, amealhou
29.132 votos.
Um dos poucos governistas que
conseguiram melhorar sua performance da eleição passada para
esta foi Paulo Frange (PTB). Em
1996, ele teve 14.039 e, nesta,
22.120.
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