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Petista utiliza discurso e simbologia "light"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Com discurso menos agressivo
e simbologia ""light", o PT conseguiu vaga num inédito segundo
turno em Curitiba, ameaçando a
hegemonia do grupo de Jaime
Lerner (PFL) -um dos resultados mais surpreendentes do pleito de domingo.
A opção pelo ""PT light" foi feita
com base na crença de que o eleitorado curitibano é um dos mais
conservadores do país. Até o vermelho foi trocado pelo amarelo
na campanha. O responsável pela
""suavização" é o candidato Angelo Vanhoni, cuja origem política,
ironicamente, remonta a grupos à
esquerda no petismo.
Tudo começou com a vitória de
Vanhoni, 43, deputado estadual,
nas prévias. Ele derrotou o deputado federal Florisvaldo Fier, o Dr.
Rosinha, identificado com as alas
mais esquerdistas do partido.
O PT deixou para o grupo do senador Roberto Requião (PMDB-PR) o papel de criticar Lerner e
seu candidato, o prefeito Cássio
Taniguchi (PFL). Os dois irmãos
do senador na disputa acabaram
tendo um desempenho ruim.
O horário de Vanhoni excluiu
setores como os identificados
com movimentos sociais, notadamente o MST. Figuras como a do
líder petista Luiz Inácio Lula da
Silva, que tem alto índice de rejeição na capital paranaense, quase
não apareceram na TV.
Vanhoni é casado e tem um filho, Lucas, de 6 anos. Portador de
deficiência física, contraiu poliomielite quando tinha um ano e
meio de idade. Setores dentro do
PT vêem na atitude de Vanhoni
uma mudança de comportamento desde os tempos em que o candidato iniciou sua militância política no movimento estudantil.
Eleito vereador em 1988 na primeira bancada do PT na Câmara
Municipal, Vanhoni se destacou
na corrente interna O Trabalho,
ala trotskista do PT paranaense.
Funcionário licenciado do Banestado (Bando do Estado do Paraná), o candidato rumou progressivamente ao centro petista e
se ligou à Unidade na Luta, tendência predominante no Paraná.
Ele chegou a militância partidária depois de passar pela vice-presidência do Sindicato dos Bancários no Paraná e assumir a Secretaria Geral da CUT.
Vanhoni conseguiu espaço no
partido após dois mandatos na
Câmara Municipal e dois na Assembléia Legislativa do Estado.
Em 1996, disputou a eleição municipal e foi derrotado pelo mesmo Cássio Taniguchi.
À época, ficou em terceiro lugar,
com 11,8% dos votos válidos, pouco mais de 82 mil. No primeiro
turno deste ano, chegou a 35%,
cerca de 300 mil votos. "O partido
evoluiu e deixou de ficar apenas
discutindo os problemas para
apresentar propostas que façam
com que o eleitor acredite em
nós", afirmou.
(WO)
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