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AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

A ministra Benedita da Silva (Assistência e Promoção Social) se defendeu ontem das críticas que foram feitas à sua recente viagem à Argentina, onde participou de um encontro evangélico. A viagem foi oficial e registrada no "Diário Oficial" da União.
Em discurso ontem em Várzea Grande (MT), num evento que reuniu secretários de Ação Social das regiões Norte e Centro-Oeste, ela criticou o enfoque dado pela imprensa ao que qualificou como um "erro de ofício".
"Eu conheço a verdade. Estava lá e posso provar. Não pelos meios de comunicação brasileiros, que não cobriram o almoço que tive com empresários do setor naval nem a audiência com a ministra [argentina Alicia Kirchner, do Desenvolvimento Social]", declarou a ministra.
Por equívoco de seu ministério, segundo a versão de Benedita, apenas o primeiro de seus compromissos em Buenos Aires acabou comunicado oficialmente. "Era um café da manhã às 8h [num encontro evangélico], que não prejudicou nenhum evento."
A ministra disse ainda que suas atuais funções não a impedem de exercer outras atividades: "A Benedita não é apenas assistente social. Ela faz parte do Conselho Mundial das Igrejas".

"Negra e ex-favelada"
O objetivo da viagem teria sido a discussão de ações sociais conjuntas nas regiões de fronteira entre Brasil e Argentina. Segundo a ministra, é preciso levar em conta que seu papel é justamente o de construir articulações nacionais e internacionais.
"Não cheguei aqui por ser amiga do presidente, filiada ao PT ou por ser mulher, negra e ex-favelada. Eu tenho muita dignidade. Estou com a cabeça erguida e fazendo aquilo que muitos esperam de mim", disse ela.
"Quero colocar um ponto final nessa história. Já vi esse filme e ele não me interessa."
(RODRIGO VARGAS)


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