São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PAPEL E TINTA

'Conversa boa para o país e para SP', diz Alckmin em caderno pessoal

Petista está em "diário" de tucano

DA REPORTAGEM LOCAL

Na era da informática, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não recorre a um palm top para lembrar compromissos e anotar resultados de reuniões. Mas a um caderno universitário azul, espiral, de 200 páginas. Nele, diariamente, Alckmin escreve pendências, assuntos tratados com secretários e detalhes a checar.
Ao saber da existência do caderno, a Folha pediu ao governador que mostrasse as anotações. Animado, Alckmin buscou o espiral em seu gabinete, ao lado da sala em que concedeu a entrevista.
O caderno não sai de seu escritório no Palácio dos Bandeirantes. Mesmo assim, o governador escreveu, logo na primeira página, o seu nome e o seu telefone.
Apesar de Alckmin ser médico, as anotações são legíveis. As primeiras foram feitas na tarde do último domingo, quando foi reeleito. Todas as pesquisas de intenção de voto já o apontavam como virtual vencedor, mas ele foi cauteloso. Escreveu: "Encerrada a votação, com uma boa perspectiva nas urnas, reunião de duas horas com o secretário da Fazenda".
Na página seguinte, e com a votação já definida, o governador anotou pendências para o novo mandato, como a ampliação do aeroporto de Ribeirão Preto e a fusão das secretarias de Energia e de Recursos Hídricos.

Críticas
A primeira anotação como governador reeleito, na manhã do dia 28, foi: "Liguei para o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva. Conversa boa para o país e para São Paulo".
Segundo Alckmin, ao anotar, ele fixa melhor as idéias. "Também anoto críticas que ouvi, como em uma reunião que tive no dia 29 último, quando me disseram que o custo da hidrovia Tietê-Paraná é alto." O "alerta" foi de um comandante naval.
O antecessor de Alckmin, o governador Mário Covas, morto no ano passado, tinha a mania de anotar em pequenas fichas os resultados das reuniões com secretários de Estado. A organização do fichário ficava por conta da secretária.
Ao iniciar o atual caderno, Alckmin aposentou na estante, para eventuais consultas, o anterior, utilizado para registrar os últimos sete meses de governo.
Até a última quinta-feira, quando a Folha o entrevistou, oito páginas do novo caderno já haviam sido utilizadas. Para separar um dia ou um tema de outro, Alckmin pula apenas uma linha. "É para economizar", disse. (JD, LG e JAB)


Texto Anterior: Frases
Próximo Texto: Congresso: Cai a escolaridade de deputados eleitos
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.