São Paulo, sexta-feira, 03 de novembro de 2006

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Família Vedoin manterá acusação a Abel na PF

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ

Os donos da Planam, Darci e Luiz Antonio Vedoin, vão confirmar em depoimento marcado para a próxima semana na sede da Polícia Federal em Cuiabá (MT) a versão de que o empresário Abel Pereira recebia propina para intermediar a liberação de verbas do Ministério da Saúde na gestão de Barjas Negri (PSDB), hoje prefeito de Piracicaba (SP).
O delegado da PF Diógenes Curado confirmou que os Vedoin e o empresário Ronildo Pereira -apontado como um dos sócios ocultos da Planam- serão ouvidos na próxima semana no inquérito que apura o suposto envolvimento de Abel no esquema das sanguessugas durante a gestão Barjas, em 2002, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
Um dos advogados dos Vedoin, Oto Medeiros, disse que os donos da Planam manterão a versão dada anteriormente à PF -de que Abel Pereira cobrava propina de 6,5% para intermediar a liberação de verbas.
Ronildo Pereira também já comprometeu o empresário piracicabano em depoimento anterior na Justiça Federal. Abel e Barjas negam as acusações.

Investigações
A PF diz já possuir motivos para indiciar Abel e enquadrá-lo nos crimes de corrupção ativa, formação de quadrilha, fraude em licitação e crime contra a administração pública.
Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas, foi liberado da cadeia na última terça após permanecer preso por 16 dias sob a acusação de envolvimento na tentativa de venda do dossiê contra os tucanos para pessoas ligadas ao PT.
A PF identificou que Abel se encontrou com os Vedoin e buscou conversar com eles por telefone antes da tentativa de venda do dossiê, em setembro. Foram presos Paulo Roberto Trevisan, no aeroporto de Várzea Grande (MT), com o dossiê, e os emissários Gedimar Passos e Valdebran Padilha com R$ 1,7 milhão em hotel de São Paulo.
De acordo com o advogado de Luiz Antonio Vedoin, após ser liberado da prisão ele foi para o interior de Mato Grosso.
O advogado de Valdebran, Roger Fernandes, disse ontem que não pedirá habeas corpus preventivo para o depoimento na CPI dos Sanguessugas no próximo dia 21. No dia 30/10, o Supremo Tribunal Federal negou habeas corpus para Gedimar e Jorge Lorenzetti -também acusado no dossiegate- para que eles pudessem se manter em silêncio na CPI. (MAURÍCIO SIMIONATO E LEONARDO SOUZA)


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