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Autor é ex-assessor da Câmara do Rio
Ex-petista lança
livro acusando o PT
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
No livro "Sequestro Moral. E
o PT com Isso?", o ex-guerri
lheiro Francisco Celso Calmon,
50, acusa a bancada de verea
dores do PT do Rio de negar
apoio ao projeto de moraliza
ção e modernização da Câmara
Municipal que ele ajudou a ela
borar entre 1993 a 1995.
"Alguns parlamentares do
PT do Rio deixaram a ideologia
em função do voto. Todo cor
porativismo é reacionário, an
tidemocrático e antiverdade",
escreveu Calmon. Segundo ele,
"o PT do Rio tem uma banda
podre e aética".
Em seu livro de 112 páginas
(editora DP&A) -que será
lançado amanhã à noite, na li
vraria Sudeste (rua 1º de Mar
ço, 11, centro do Rio), e depois
em outras capitais-, Calmon
fala do período em que foi che
fe da Assessoria de Informática
e Modernização Administrati
va da Câmara do Rio.
Responsável técnico pelo
projeto, que previa corte de
funcionários, esse advogado,
analista de sistemas e adminis
trador de empresas, disse ter si
do "fritado" por setores fisio
lógicos da direita, com a coni
vência da esquerda.
Ex-dirigente de organizações
de esquerda, preso e torturado
durante o regime militar, Cal
mon foi colocado no cargo pelo
então primeiro-secretário da
Câmara, o ex-vereador petista
Adilson Pires, hoje primeiro
suplente da bancada.
Calmon disse ter sido pres
sionado em momentos como,
por exemplo, ao propor a redu
ção para 13 dos 35 assessores a
que cada vereador tem direito.
Calmon propôs também que
fosse instituído o ponto eletrô
nico para combater funcioná
rios fantasmas. Chegou a anali
sar inquéritos que investiga
vam a contratação de funcio
nários com diplomas falsos de
escolaridade.
No livro, Calmon disse ter
publicado dados para que o lei
tor conclua "os nomes do PT e
da direita que participaram
dessa fritura política".
Segundo ele, a situação co
meçou a se complicar após o
vazamento de dois bilhetes que
escreveu com críticas políticas
à direção da Câmara. Calmon
disse que um desses bilhetes
havia sido entregue pessoal
mente ao vereador Pires.
Segundo ele, a Mesa Diretora
da Câmara passou então a
pressioná-lo para se demitir, e
a bancada do PT (então com
sete vereadores, a maior da ca
sa) não lhe deu apoio político.
Por fim, foi publicada nota
em um jornal do Rio que afir
mava que Calmon estava ten
tando demitir uma funcionária
recém-contratada porque ela
resistia às suas cantadas.
Ela negou o teor da nota e
Calmon acabou vencendo uma
ação indenizatória contra o
jornal. Mas, na época, em julho
de 95, ele se sentiu sem condi
ções de permanecer no cargo.
Outro lado
Membro do diretório nacio
nal do PT, o vereador Jorge Bit
tar disse que a administração
do então primeiro-secretário
da Câmara Municipal do Rio, o
petista Adilson Pires, "foi um
exemplo de postura ética e de
moralização" da casa.
Bittar afirmou que "não há a
menor procedência" nas acu
sações de que a bancada não te
ria dado apoio político ao pro
jeto de modernização.
Segundo o vereador, Calmon
pediu demissão porque seria
exonerado, pois a acusação de
assédio sexual contra ele
"criou um constrangimento
geral para todos nós, não só pa
ra o Adilson Pires".
A Folha procurou o ex-verea
dor Adilson Pires em sua casa.
Até o fim da tarde de ontem, ele
não havia retornado a ligação.
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