São Paulo, domingo, 03 de dezembro de 2000

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OUTRO LADO
Funcionário nega participação em sessões de tortura em MG

DA SUCURSAL DO RIO

O funcionário da Abin Carlos Alberto del Menezzi nega ter participado de sessões de tortura. Ele está reunindo documentos e depoimentos para apresentar em sua defesa na sindicância aberta pela Abin para apurar as denúncias de antigos presos políticos.
A Folha tentou, mas não conseguiu localizar Menezzi para ouvi-lo sobre as novas afirmações de ex-presos que o apontam como torturador em Belo Horizonte. O general reformado Octávio Medeiros também não foi encontrado em Brasília, onde mora.
Na quinta-feira, Menezzi se pronunciou sobre relatos similares feitos à Justiça Militar na década de 70, quando militantes de esquerda disseram que ele foi co-autor de tortura com eletrochoques, afogamento, espancamento, golpes de palmatória e pau-de-arara, entre outros métodos.

Defesa
"Estou procurando coligir provas para responder o que é possível responder e provar. Vou responder à minha família, à minha instituição e aos meus amigos."
Referindo-se aos acusadores, o funcionário da Abin e ex-agente do SNI afirmou: "Veja os antecedentes deles. Eu nunca assaltei banco. Nunca sequestrei ninguém. Nunca matei ninguém".
Menezzi afirma que durante dez anos foi instrutor de entrevistas (interrogatórios) em órgãos de informação governamentais.
Durante sua passagem pelo Exército, diz Menezzi, nunca ouviu falar que a tortura fosse empregada para obter informações e castigar presos políticos. Na opinião do funcionário da Abin, ele está sendo submetido a tortura psicológica pelas entidades de defesa dos direitos humanos que o acusam. (MM)



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