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Lula respeita contratos, gritam manifestantes
DE BUENOS AIRES
"Lula disse que os bancos devem respeitar os contratos", gritava ontem um grupo de argentinos
na rua Florida, centro financeiro
de Buenos Aires. Eles protestavam contra o "corralón", medida
que há quase um ano congelou o
dinheiro que estava depositados
em fundos de investimentos e outras aplicações de prazo fixo.
Os manifestantes decidiram
usar o discurso do presidente eleito e pichavam, na porta dos principais bancos da rua, a frase sobre
o futuro presidente do Brasil.
"Ao contrário dos políticos argentinos, Lula prometeu que vai
cumprir os contratos. Disse que
vai cumprir com os bancos, com o
povo e com os pobres. Ele não vai
abandonar os pobres", afirmava
Roberto González, um dos participantes do protesto.
Os manifestantes fazem protestos, em esquema de rodízio, três
vezes por semana. Eles percorrem
as ruas do centro, picham os bancos com frases de efeito e insultos
contra as instituições financeiras,
os políticos e o governo argentino. Todos exigem a devolução
dos dólares depositados nos fundos e que foram convertidos em
pesos e congelados pelo governo.
A medida foi adotada em janeiro pelo governo argentino, que temia que uma corrida aos bancos
pudesse quebrar o sistema financeiro do país. Parte dos correntistas aceitou trocar os depósitos por
títulos públicos. Outra parte preferiu se organizar, recorrer à Justiça e sair às ruas protestando.
Um outro grupo de argentinos,
partidários do pré-candidato peronista à Presidência argentina
Adolfo Rodríguez Saá, esperava
Lula na saída da Prefeitura de
Buenos Aires. Depois de tentar,
sem sucesso, cumprimentar o petista, distribuíram panfletos com
a frase: "Lula no Brasil, Adolfo na
Argentina são a esperança da
América Latina".
Rodríguez Saá foi um dos pré-candidatos que tentou agendar
um encontro reservado com Lula.
Há uma semana, cogitava-se a
possibilidade de Lula encontrar-se com todos os pré-candidatos,
mas a assessoria do presidente
eleito descartou a idéia porque
Lula teria que se reunir com ao
menos seis pré-candidatos.
(MB)
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