São Paulo, terça-feira, 03 de dezembro de 2002

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Lula respeita contratos, gritam manifestantes

DE BUENOS AIRES

"Lula disse que os bancos devem respeitar os contratos", gritava ontem um grupo de argentinos na rua Florida, centro financeiro de Buenos Aires. Eles protestavam contra o "corralón", medida que há quase um ano congelou o dinheiro que estava depositados em fundos de investimentos e outras aplicações de prazo fixo.
Os manifestantes decidiram usar o discurso do presidente eleito e pichavam, na porta dos principais bancos da rua, a frase sobre o futuro presidente do Brasil.
"Ao contrário dos políticos argentinos, Lula prometeu que vai cumprir os contratos. Disse que vai cumprir com os bancos, com o povo e com os pobres. Ele não vai abandonar os pobres", afirmava Roberto González, um dos participantes do protesto.
Os manifestantes fazem protestos, em esquema de rodízio, três vezes por semana. Eles percorrem as ruas do centro, picham os bancos com frases de efeito e insultos contra as instituições financeiras, os políticos e o governo argentino. Todos exigem a devolução dos dólares depositados nos fundos e que foram convertidos em pesos e congelados pelo governo.
A medida foi adotada em janeiro pelo governo argentino, que temia que uma corrida aos bancos pudesse quebrar o sistema financeiro do país. Parte dos correntistas aceitou trocar os depósitos por títulos públicos. Outra parte preferiu se organizar, recorrer à Justiça e sair às ruas protestando.
Um outro grupo de argentinos, partidários do pré-candidato peronista à Presidência argentina Adolfo Rodríguez Saá, esperava Lula na saída da Prefeitura de Buenos Aires. Depois de tentar, sem sucesso, cumprimentar o petista, distribuíram panfletos com a frase: "Lula no Brasil, Adolfo na Argentina são a esperança da América Latina".
Rodríguez Saá foi um dos pré-candidatos que tentou agendar um encontro reservado com Lula. Há uma semana, cogitava-se a possibilidade de Lula encontrar-se com todos os pré-candidatos, mas a assessoria do presidente eleito descartou a idéia porque Lula teria que se reunir com ao menos seis pré-candidatos. (MB)


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