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PT decide pedir cassação de Azeredo
DA REDAÇÃO
A Executiva Nacional do PT decidiu ontem entrar com uma representação contra o senador tucano Eduardo Azeredo (MG), ex-presidente do PSDB, no Conselho
de Ética do Senado. A instauração
do processo pode levar à cassação
do mandato do senador.
A decisão de investigar o tucano
foi acompanhada de uma nota de
repúdio à cassação do deputado
José Dirceu (PT-SP), na última
quarta-feira, classificada pela liderança do partido como um "ato
arbitrário de violência política" e
uma "dura sanção".
A medida deverá ser confirmada na reunião do Diretório Nacional do partido, no próximo dia 10.
De acordo com o secretário-geral do PT, Raul Pont, porém, essa
aprovação pode não ser necessária, caso a bancada do partido no
Senado tome a iniciativa.
"Não sei porque a bancada do
partido [no Senado] ainda não
entrou com a representação. Se
depender da Executiva, esse caso
nem precisa passar pela aprovação do Diretório Nacional."
Ele entende que as acusações
contra o senador são mais graves
do que as que pesavam sobre Dirceu: "Do ponto de vista das acusações, as que existem contra ele são
muito mais explícitas do que as
que existiam contra Dirceu".
Azeredo renunciou à presidência da sigla depois da divulgação
de que sua campanha de reeleição
ao governo mineiro, em 1998, teria recebido dinheiro do publicitário Marcos Valério de Souza.
Seu ex-tesoureiro, Cláudio Mourão, reconheceu R$ 11,5 milhões
de caixa dois naquela campanha.
Para Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e membro da Executiva da legenda, o senador deve
ser investigado, assim como todos os outros acusados. "Defendo
a instauração de um processo
contra o senador Azeredo em razão das acusações que tenho lido
sobre ele", disse ontem, após a
reunião da liderança do partido.
Outro lado
Eduardo Azeredo reagiu à decisão da direção do PT com surpresa e afirmou acreditar que se trata
de uma retaliação contra ele, por
causa da cassação de Dirceu.
"A informação que eu tinha é de
que o partido não faria isso", disse
o senador. "Creio que a bancada
de senadores petistas não está de
acordo com essa medida."
De fato, os senadores do PT, ao
contrário do que decidiu o partido, haviam combinado que não
pediriam a cassação do tucano.
Mesmo contrariado, ele disse que
não irá procurar o PT para pedir
que recue da decisão.
(MSL)
Colaborou a Sucursal de Brasília
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