São Paulo, sábado, 03 de dezembro de 2005

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PT decide pedir cassação de Azeredo

DA REDAÇÃO

A Executiva Nacional do PT decidiu ontem entrar com uma representação contra o senador tucano Eduardo Azeredo (MG), ex-presidente do PSDB, no Conselho de Ética do Senado. A instauração do processo pode levar à cassação do mandato do senador.
A decisão de investigar o tucano foi acompanhada de uma nota de repúdio à cassação do deputado José Dirceu (PT-SP), na última quarta-feira, classificada pela liderança do partido como um "ato arbitrário de violência política" e uma "dura sanção".
A medida deverá ser confirmada na reunião do Diretório Nacional do partido, no próximo dia 10.
De acordo com o secretário-geral do PT, Raul Pont, porém, essa aprovação pode não ser necessária, caso a bancada do partido no Senado tome a iniciativa.
"Não sei porque a bancada do partido [no Senado] ainda não entrou com a representação. Se depender da Executiva, esse caso nem precisa passar pela aprovação do Diretório Nacional."
Ele entende que as acusações contra o senador são mais graves do que as que pesavam sobre Dirceu: "Do ponto de vista das acusações, as que existem contra ele são muito mais explícitas do que as que existiam contra Dirceu".
Azeredo renunciou à presidência da sigla depois da divulgação de que sua campanha de reeleição ao governo mineiro, em 1998, teria recebido dinheiro do publicitário Marcos Valério de Souza. Seu ex-tesoureiro, Cláudio Mourão, reconheceu R$ 11,5 milhões de caixa dois naquela campanha.
Para Marco Aurélio Garcia, assessor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e membro da Executiva da legenda, o senador deve ser investigado, assim como todos os outros acusados. "Defendo a instauração de um processo contra o senador Azeredo em razão das acusações que tenho lido sobre ele", disse ontem, após a reunião da liderança do partido.

Outro lado
Eduardo Azeredo reagiu à decisão da direção do PT com surpresa e afirmou acreditar que se trata de uma retaliação contra ele, por causa da cassação de Dirceu.
"A informação que eu tinha é de que o partido não faria isso", disse o senador. "Creio que a bancada de senadores petistas não está de acordo com essa medida."
De fato, os senadores do PT, ao contrário do que decidiu o partido, haviam combinado que não pediriam a cassação do tucano. Mesmo contrariado, ele disse que não irá procurar o PT para pedir que recue da decisão. (MSL)


Colaborou a Sucursal de Brasília


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