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RUMO A 2006
Alckmin recusa reajuste de 16,5% em seu salário
DO "AGORA"
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPINAS
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e o vice-governador, Cláudio Lembo
(PFL), anunciaram ontem que recusaram o reajuste salarial de
16,5% aprovado pela Assembléia
Legislativa anteontem. Alckmin
disse que o aumento foi uma iniciativa da própria Assembléia e
que ele foi contrário ao reajuste.
Por sugestão do tucano, os deputados incluíram no projeto
aprovado um dispositivo que permite ao governador e ao vice abrirem mão do aumento de seus salários. "Não há hipótese de eu
aceitar esse aumento. Vou comunicar à Assembléia, como faculta
a lei, que abro mão do reajuste do
salário do governador", disse
Alckmin. Com o reajuste, seu salário iria de R$ 12.720 para
R$ 14.800 a partir de 2006.
Ao aprovar o reajuste, os deputados recorreram a uma emenda
à Constituição estadual, publicada no "Diário Oficial" em 23 de
abril. Antes da alteração, o reajuste dos subsídios era feito uma vez
a cada quatro anos. Agora, a Mesa
Diretora da Assembléia pode
apresentar, todo ano, projeto de
lei para fixar o salário dos servidores. O governador tinha criticado,
no final de 2004, a hipótese de reajuste quando a emenda entrasse
em vigor. Na ocasião, avisou que
não o aceitaria.
Cassação de Dirceu
Ontem em Campinas, Alckmin
disse que "houve todo tipo de
promiscuidade" no governo federal e que a cassação do mandato
de deputado federal de José Dirceu (PT-SP) foi um "recado claro
do Congresso". "O fato é que nunca houve denúncias tão comprovadas. Que houve dinheiro repassado a parlamentares está mais do
que comprovado. Que houve
malversação de dinheiro público
está mais do que comprovado."
Sobre a cassação de Dirceu, disse: "Entendo que a cassação não
foi um processo pessoal. Mas é
um recado claro do Congresso
Nacional de que os fins não justificam os meios", afirmou.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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