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SÃO PAULO
Órgão terá trabalhadores, empresários e membros do terceiro setor
Alckmin forma conselho social
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), anunciou
ontem a criação de duas novas figuras administrativas para o Estado: a dos comitês de desenvolvimento, formados por secretários,
e a do conselho econômico-social,
com a participação da sociedade.
O anúncio foi feito após a primeira reunião de Alckmin com
seu novo secretariado. No encontro, que durou cinco horas, o governador pediu aos secretários
que reduzam os gastos públicos e
que diminuam o número de funcionários sem concurso -ele não
especificou a dimensão desses
cortes. "Cada caso será analisado
detalhadamente."
Esse estudo ficará a cargo dos
novos comitês, que deverão entrar em cena a partir da primeira
quinzena deste mês.
No total são cinco comitês. Um
deles, o da Economia Sustentável,
por exemplo, será formado por
pelo menos nove secretários
(Agricultura, Transportes, Transportes Metropolitanos, Energia e
Recursos Hídricos, Habitação,
Trabalho, Meio Ambiente, Fazenda e Planejamento).
A idéia, segundo Alckmin, é
permitir uma interação maior entre os secretários na exposição de
problemas e na busca de soluções
interligadas. Cada comitê terá um
secretário-executivo que, num intervalo de 90 dias, deverá apresentar um resumo dos trabalhos.
Os demais comitês terão os seguintes temas: desenvolvimento
social (Saúde e Desenvolvimento
Social); educação (Educação, Cultura e Juventude, Esportes e Lazer); segurança (Segurança Pública, Administração Penitenciária e
Justiça) e gestão (Fazenda e Planejamento). As secretarias da Fazenda e do Planejamento irão
atuar em todos os comitês.
A segunda figura criada por
Alckmin, a do conselho econômico-social, não foi detalhada. "Solicitei a Cláudio Lembo [vice-governador" que, num prazo de dez
dias, apresente um formato jurídico para o conselho", afirmou.
Alckmin disse que o projeto não
foi inspirado no pacto social proposto pelo novo presidente Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) -que
prevê a discussão de reformas, como a previdenciária e a fiscal.
"Há tempos eu defendia essa
idéia de criar um órgão consultivo
formado por trabalhadores, iniciativa privada e terceiro setor",
disse o governador.
De forma genérica, Lembo disse
que caberá ao conselho discutir
"vários temas, como saúde, alimentação e trabalho".
Cortes
Ao procurador-geral e aos 21 secretários -oito remanescentes
de sua primeira gestão-, Alckmin pediu um esforço extra para a
redução das despesas. A política
de contenção de custos será estendida também para as estatais, de
administração direta ou indireta,
autarquias e fundações.
"Vamos reduzir o número de
diretores de uma estatal. Se uma
empresa tem sete diretores, terá
cinco ou quatro. Será corte mesmo", disse Alckmin.
Em sentido oposto, o secretário
da Educação, Gabriel Chalita,
anunciou, logo após deixar a reunião, a criação de três novas diretorias para a Febem (Fundação
Estadual do Bem-Estar do Menor). "Não estamos na contramão. Também vamos enxugar os
custos. Mas a criação das diretorias possibilita uma gestão mais
inteligente e ágil", afirmou.
Para aumentar o caixa do Estado, Alckmin anunciou uma parceria com o Poder Judiciário. Ele
quer acelerar a cobrança da dívida
ativa -hoje de pelo menos R$ 12
bilhões. "A melhor maneira de
evitar o aumento dos impostos e
de melhorar a arrecadação é combater a sonegação."
O Estado prepara ainda um estudo para tentar minimizar o
rombo previdenciário de São
Paulo de cerca de R$ 7,5 bilhões. A
intenção do governador é colar
seu projeto ao que deve ser desenvolvido pelo novo governo.
"Enquanto Brasília discute a reforma da Previdência, queremos
adiantar os nossos estudos. Vamos trocar informações porque
os Estados complementam as
ações da União." O PSDB paulista
busca o apoio do PT estadual para
a aprovação das reformas em São
Paulo. O Estado espera ainda ser
beneficiado por algumas medidas
prometidas por Lula, como a unificação dos sistemas de aposentadoria pública e privada.
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