São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2002

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PAINEL

Relação em crise
A cúpula do PT orientou seus diretórios estaduais a congelar as negociações com o PSB nos Estados. É uma resposta ao crescimento da candidatura de Anthony Garotinho nas pesquisas e à tentativa do PSB de atrair o PL para sua campanha.

Exemplos na prática
A orientação do PT já teve quatro resultados. No ES, no AP e no CE, os petistas cessaram as negociações com candidatos do PSB ao governo: respectivamente, Paulo Hartung, João Paulo e Wellington Landim. No RS, os petistas descartaram o apoio do PSB à reeleição de Olívio Dutra.

Régua e compasso
O PSB encomendou pesquisa para definir seu candidato ao governo da Bahia. Concorrem à vaga Lídice da Mata, deputada e ex-prefeita de Salvador, e Beto Lellis, prefeito de Irecê.

Marcar presença
A pesquisa do PSB mostra que, mesmo sem chance de vencer o grupo de ACM, Garotinho quer um palanque na Bahia.

Imagem protegida
O Planalto deverá enviar tropas do Exército para auxiliar no patrulhamento de Fortaleza (CE) durante a reunião do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), que ocorrerá em março com a presença de dezenas de líderes mundiais.

Tal pai, tal papito
Suplicy disse a aliados que gostou do adiamento das prévias do PT, de 3 para 17 de março. Assim, o senador petista terá mais tempo para divulgar o seu livro "A Saída é Pela Porta", que trata da proposta da renda mínima.

Em nome do partido
Brizola deverá ser candidato a deputado pelo PDT-RJ. O ex-governador quer puxar votos e garantir a eleição de uma boa bancada. É para evitar que o PDT seja incluído na cláusula que restringirá, a partir de 2003, o acesso dos pequenos partidos ao horário eleitoral gratuito.

Atração das urnas
Em abril, Paulo Costa Leite, presidente do Superior Tribunal de Justiça, decide se deixa a toga e entra na política partidária. Almir Pazzianotto, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, antecipa a aposentadoria neste mês. Retorna a São Paulo, e decide a qual partido vai se filiar.

Togas sondadas
O PSB convidou Costa Leite, do STJ, para sair candidato a deputado federal. Ele não comenta. Almir Pazzianotto já foi procurado por Anthony Garotinho e Ciro Gomes. Campos Machado (PTB-SP) imaginara Pazzianotto disputando o Bandeirantes numa coligação PTB-PSDB.

Nossos comerciais
Marta Suplicy (PT) quer colocar no ar, no segundo semestre, as oito horas diárias a que a prefeitura paulistana tem direito no canal 16 (TV fechada). Por lei, o canal pode ser usado pela União, Estados e prefeituras em regime de condomínio. Só a União usa suas 10 horas diárias.

Pé na roça
Mesmo depois de deixar o ministério, José Serra continuará priorizando as viagens a cidades pequenas do interior, onde há mais obras do Ministério da Saúde. A cúpula tucana prefere os grandes centros. Serra acha que sua campanha terá penetração natural nas grandes cidades.

Ociosidade ostensiva
O coronel José Vicente da Silva Filho teme que, em ano eleitoral, Geraldo Alckmin distribua os novos veículos da Polícia Militar atendendo a interesses políticos. Cita Analândia, estância climática de 3.000 habitantes, onde a PM mantém uma blazer nova num local de poucos crimes.

Apelo legal
Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL na Câmara, fará uma consulta ao Supremo Tribunal Federal sobre a legalidade da medida provisória que reajusta a tabela do Imposto de Renda. O deputado pefelista considera ilegal aumentar a CSLL para compensar o reajuste do IR.

TIROTEIO

Do deputado Alberto Goldman (PSDB-SP), sobre o crescimento de Roseana Sarney e Anthony Garotinho registrado nas pesquisas:
- Essas candidaturas são apenas nuvens carregadas que irão se esvanecer porque não conseguirão criar conteúdo.

CONTRAPONTO

Antecedentes duvidosos

Há duas semanas, os líderes e candidatos do PSB reuniram-se no Rio de Janeiro para discutir a candidatura do governador Anthony Garotinho (PSB-RJ) e os palanques regionais.
Miguel Arraes, de 84 anos, presidente nacional do partido e três vezes governador de Pernambuco, fez um discurso em defesa da candidatura Garotinho. Empolgado, aproveitou para lembrar o passado. Cearense de Araripe, foi eleito governador em 1962, com apoio do PCB (Partido Comunista Brasileiro). Alvo dos militares em março de 1964, Arraes foi deposto e preso. Exilado com a família na Argélia, voltou em 79, com a anistia.
Ele explicou à platéia o motivo da perseguição:
- Fui tachado de marxista-leninista guatemalteco...
E completou, arrancando risos:
- E é claro que eu não sei o que é isso!



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