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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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OUTRO LADO

Advogado de acusados diz que prisão é "violência"

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O advogado Clóvis Sahione disse ontem considerar "um ato de violência" e "uma precipitação" a intenção dos deputados que integram a CPI da Assembléia Legislativa do Rio de pedir a prisão preventiva dos cinco fiscais de renda suspeitos de manter dinheiro ilícito em contas na Suíça.
"Não existe processo criminal, não apareceu ninguém até agora para denunciar que foi extorquido pelos meus clientes", afirmou.
Sahione acompanhou na Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) o depoimento do fiscal de rendas Carlos Eduardo Pereira Ramos, suspeito de ser titular de uma conta com US$ 18 milhões dos US$ 36 milhões que teriam sido enviados para a Suíça.
Assim como ocorreu com Rodrigo Silveirinha e Rômulo Gonçalves, Ramos negou possuir conta na Suíça e declarou que seus bens são compatíveis com seus vencimentos como fiscal de rendas.
O fiscal, que ocupou a chefia da Inspetoria de Contribuintes de Grande Porte, admitiu ter relações de amizade com auditor da Receita Amauri Franklin Nogueira, outro suspeito de participar do suposto esquema de corrupção. Disse ainda que fechou a sua empresa, a Flat Empreendimentos Imobiliários, antes de se tornar fiscal de rendas.
Sahione criticou o deputado estadual Carlos Minc (PT), que divulgou no sábado a informação de que Silveirinha sacou R$ 220 mil de uma de suas contas bancárias um dia antes antes de o escândalo vir à tona. Segundo o advogado, o dinheiro é proveniente de 20 anos de trabalho de Silveirinha e de sua mulher, Silvana. "Antes de passar essa informação, ele deveria descobrir a origem do dinheiro", afirmou o advogado.


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