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JUSTIÇA
Verba sairia da comunicação
Governo do RJ é obrigado a aplicar mais na saúde
MURILO FIUZA DE MELO
DA SUCURSAL DO RIO
O governo do Rio terá que
transferir para a área de saúde
50% das verbas do Fundes (Fundo de Desenvolvimento Econômico e Social) e da Secretaria de
Comunicação Social previstas no
orçamento deste ano. Em decisão
inédita, tomada no dia 17 de janeiro e publicada onze dias depois, a
Justiça Federal no Rio concedeu
liminar determinando a realocação de recursos do orçamento,
numa ação civil pública movida
pelo Ministério Público Federal.
Segundo a ação, R$ 700 milhões
deveriam ter sido aplicados em
saúde nos últimos quatro anos. O
dinheiro é referente ao percentual
orçamentário mínimo para o setor, previsto na emenda constitucional número 29, de 2000.
A decisão da juíza Itália Maria
Areas Zimardi, da 23ª Vara Federal, é em primeira instância e permite recurso ao TRF (Tribunal
Regional Federal) da 2ª Região.
Na ação, o MP havia pedido a
realocação de toda a verba do
Fundes e da Secretaria de Comunicação Social. A juíza entendeu
que 50% seriam suficientes.
O governo reservou R$ 14 milhões para o Fundes e R$ 2 milhões para a Secretaria de Comunicação Social. Metade desse dinheiro -R$ 8 milhões- terá que
ser usada em ações exclusivas de
saúde, conforme determina a
emenda. O Estado não pode aplicar a verba em ações assistenciais.
A verba de comunicação social
poderá ser usada, segundo a sentença, em peças publicitárias de
esclarecimento da população.
"O fato de a juíza ter realocado
apenas 50% dos recursos do Fundes e da Comunicação Social é interessante, porque, de certa forma, torna mais difícil que a liminar caia no tribunal", disse a procuradora Mônica Campos de Ré,
autora da ação em conjunto com
a procuradora Silvana Batini.
Pela emenda constitucional 29,
o Estado deveria ter aplicado 7%
do orçamento de 2000 na saúde,
mas, segundo o MP, gastou apenas 5,5%. Em 2002, o gasto foi de
8,6%, quando deveria ser de 9%.
O orçamento do Estado para
2004 é de R$ 11,19 bilhões, dos
quais R$ 1,34 bilhão (12%) devem
ser destinados à saúde. Excluindo
os gastos com o Fundo Estadual
de Combate à Pobreza e os repasses do SUS (Sistema Único de
Saúde), a área só receberá R$
1,087 bilhão - R$ 256,56 milhões
a menos do que o mínimo constitucional previsto pela emenda 29.
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