São Paulo, quinta-feira, 04 de fevereiro de 2010

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Texto de Lula ao Congresso exclui lei social

Bandeira do governo federal na área fica fora da mensagem enviada para início do ano legislativo

RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Anunciada como prioridade pelo presidente Lula e pelo governo, o projeto de criação da CLS (Consolidação das Leis Sociais) não foi incluído em nenhuma das 420 páginas da mensagem da Presidência enviada ao Congresso Nacional para o início do ano legislativo.
Após a solenidade, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) repetiu o anúncio da CLS como prioridade e disse que o projeto chega ao Congresso após o Carnaval.
"Queremos transformar em lei todos os avanços sociais do governo Lula para que a gente possa ter garantia de permanência independente do quadro eleitoral", afirmou.
A justificativa oficial para a omissão da CLS só veio na tarde de ontem, pela assessoria da Casa Civil: "O assunto ainda está sendo analisado e elaborado pelos diversos órgãos, dada a sua complexidade".
A CLS reunirá programas dos ministérios, unificando leis já existentes e criando outras. Ela prevê uma Lei de Responsabilidade Social, com metas para União, Estados e municípios.
O projeto foi concebido para se tornar uma herança de Lula na área social e é inspirado na Consolidação das Leis do Trabalho, de Getúlio Vargas.
A Constituição determina como obrigação do presidente relatar em mensagem ao Congresso, todo início de ano legislativo, a situação do país e o plano de governo para o ano. Mas isso não acontece na prática.
O texto final da mensagem, consolidado pela Casa Civil, usa relatórios de áreas técnicas dos ministérios, sem padrão definido. A quase totalidade dos dados se refere a ações do governo em 2009 e nos anos anteriores. As propostas para 2010, que deveriam ser o mote do documento, são feitas em menções marginais.
A relação do governo com o Congresso teve apenas quatro parágrafos, também com enfoque naquilo que foi feito. Essa característica de "balanção" tem levado o documento a ser considerado pelos congressistas como mera peça protocolar.
Padilha citou sete prioridades do governo no Congresso em 2010, como os projetos do pré-sal e a política de valorização do salário mínimo. Mas, além da CLS, duas delas não estão no documento: as alterações nas regras de licenciamento ambiental e a criação do cadastro positivo no comércio.
No meio das ações de 2009, a mensagem evita menção a polêmicas, como as que envolveram o plano de direitos humanos e a compra de caças da Força Aérea.

NA INTERNET - A íntegra do texto www.secom.gov.br/sobre-a-secom/publicacoes



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