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Texto de Lula ao Congresso exclui lei social
Bandeira do governo federal na área fica fora da mensagem enviada para início do ano legislativo
RANIER BRAGON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Anunciada como prioridade
pelo presidente Lula e pelo governo, o projeto de criação da
CLS (Consolidação das Leis Sociais) não foi incluído em nenhuma das 420 páginas da
mensagem da Presidência enviada ao Congresso Nacional
para o início do ano legislativo.
Após a solenidade, o ministro
Alexandre Padilha (Relações
Institucionais) repetiu o anúncio da CLS como prioridade e
disse que o projeto chega ao
Congresso após o Carnaval.
"Queremos transformar em
lei todos os avanços sociais do
governo Lula para que a gente
possa ter garantia de permanência independente do quadro eleitoral", afirmou.
A justificativa oficial para a
omissão da CLS só veio na tarde de ontem, pela assessoria da
Casa Civil: "O assunto ainda está sendo analisado e elaborado
pelos diversos órgãos, dada a
sua complexidade".
A CLS reunirá programas dos
ministérios, unificando leis já
existentes e criando outras. Ela
prevê uma Lei de Responsabilidade Social, com metas para
União, Estados e municípios.
O projeto foi concebido para
se tornar uma herança de Lula
na área social e é inspirado na
Consolidação das Leis do Trabalho, de Getúlio Vargas.
A Constituição determina
como obrigação do presidente
relatar em mensagem ao Congresso, todo início de ano legislativo, a situação do país e o plano de governo para o ano. Mas
isso não acontece na prática.
O texto final da mensagem,
consolidado pela Casa Civil,
usa relatórios de áreas técnicas
dos ministérios, sem padrão
definido. A quase totalidade
dos dados se refere a ações do
governo em 2009 e nos anos
anteriores. As propostas para
2010, que deveriam ser o mote
do documento, são feitas em
menções marginais.
A relação do governo com o
Congresso teve apenas quatro
parágrafos, também com enfoque naquilo que foi feito. Essa
característica de "balanção"
tem levado o documento a ser
considerado pelos congressistas como mera peça protocolar.
Padilha citou sete prioridades do governo no Congresso
em 2010, como os projetos do
pré-sal e a política de valorização do salário mínimo. Mas,
além da CLS, duas delas não estão no documento: as alterações nas regras de licenciamento ambiental e a criação do cadastro positivo no comércio.
No meio das ações de 2009, a
mensagem evita menção a polêmicas, como as que envolveram o plano de direitos humanos e a compra de caças da Força Aérea.
NA INTERNET - A íntegra do texto
www.secom.gov.br/sobre-a-secom/publicacoes
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