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Morte antes da posse fortaleceu mito de Tancredo
JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Tancredo de Almeida Neves (1910-1985) completaria hoje cem anos. Eleito presidente por um Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985, morreu em 21 de abril seguinte, sem ter tomado posse, embora tenha sido um dos arquitetos da transição entre ditadura e democracia.
Sua agonia e sete cirurgias despertaram comoção. E colocaram em teste mecanismos de apoio às transformações institucionais, asseguradas por José Sarney, o vice que exerceu o mandato.
Advogado, foi vereador em São João del Rey (MG), deputado estadual e federal. Entre 1953 e 1954, foi ministro da Justiça, durante a crise que terminou com o suicídio de Getúlio Vargas.
Com a renúncia de Jânio Quadros (1961), auxiliou na instituição do parlamentarismo para que militares aceitassem o vice João Goulart. Foi primeiro-ministro.
Com o golpe militar de 1964 e a dissolução dos antigos partidos, ele ingressa na oposição, o MDB, pelo qual se elegeu três vezes deputado e, em 1978, senador.
Em 1982 é eleito governador (MG). Renuncia e, após a derrota da emenda das Diretas-Já (1984), concorre a presidente. Teve 480 votos, contra 180 de Paulo Maluf.
A sociedade queria o fim do autoritarismo, e Tancredo soube catalisar esse projeto. Sua morte criou em torno dele uma mitologia que ignorou o conservadorismo que ele por certo imprimiria.
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