|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Inflação pode trazer verbas
da Sucursal de Brasília
O aumento da inflação será o principal argumento
dos ministros da área social
do governo para tentar recuperar projetos atingidos
por cortes impostos pelo
acordo com o FMI (Fundo
Monetário Internacional).
A inflação, que deverá superar 10%, segundo estimativas oficiais, aumentará a
arrecadação de impostos. O
chamado ""excesso de arrecadação" é uma das hipóteses previstas pela lei orçamentária para que os ministros busquem mais verbas
para suas pastas.
""Sabemos hoje que alguma inflação vai haver, esperamos que fique abaixo de
10%, e isso vai significar que
algumas das receitas do governo ficarão maiores que
as estimadas no Orçamento", disse o ministro Paulo
Renato Souza (Educação).
Na prática, a inflação fará
também com que as despesas do governo fiquem menores. Haverá uma queda
no valor real desses gastos.
Pelo menos três ministérios -Educação, Saúde e
Previdência- contam com
a suplementação de verbas
em alguns programas para
conseguir manter o atendimento à população até o
fim do ano.
Em dois deles, o valor da
suplementação esperada é
100% maior do que o valor
garantido pelo Orçamento
para os programas.
A lei do Orçamento autoriza o governo a abrir créditos suplementares quando
o dinheiro for insuficiente.
O limite varia de acordo
com o tipo de programa do
Orçamento e chega a 40%,
no máximo, quando há corte equivalente em despesas
do mesmo grupo.
Para recorrer a suplementações maiores, o governo
depende da autorização do
Congresso. O gasto extra só
é autorizado quando há aumento na receita de impostos ou corte de outros projetos do Orçamento.
Paulo Renato dá como
certa a suplementação de
R$ 463 milhões para ser somada aos R$ 436,4 milhões
já garantidos no Orçamento para o Fundef (fundo de
valorização do magistério)
-um aumento de 106%.
Já a secretária Wanda Engel (Assistência Social) espera receber R$ 52 milhões
a mais para o Programa de
Erradicação do Trabalho
Infantil -um acréscimo de
173% em relação aos R$ 30
milhões previstos.
Para o ministro José Serra
(Saúde), o fato de a Lei Orçamentária impor limites
para a suplementação de
verbas não é problema. "Se
houver necessidade de suplementar acima de 30%,
nós mudamos a lei", disse.
(MARTA SALOMON e DANIELA
FALCÃO)
Texto Anterior: Ministro nega a venda do BB Próximo Texto: Corte social atinge pelo menos 624 mil Índice
|