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Apaes fazem bingo para compensar cortes
da Agência Folha, em Curitiba
O atraso de três meses no repasse
de verbas federais está dificultando o atendimento nas 300 Apaes
(Associação de Pais e Amigos dos
Excepcionais) do Paraná.
O corte no repasse dos recursos
também prejudica outras 31 entidades que prestam atendimento a
crianças, adolescentes e jovens
com problemas mentais e físicos
na cidade de Curitiba (PR).
O dinheiro repassado pelo governo, que chega às entidades por
meio dos governos municipal e estadual, é usado para o pagamento
de especialistas, como fonoaudiólogos, psicólogos e fisioterapeutas.
Para suprir a falta dos recursos
federais, muitas das entidades têm
recorrido a campanhas publicitárias em emissoras de rádio e TV,
promoções como a venda de rifas e
a realização de bingos.
""A gente vê com muita preocupação o atraso no envio dessas verbas. As pessoas que são atendidas
com esse dinheiro não querem
ajuda, querem é ter seus direitos
constitucionais garantidos", disse
a coordenadora das Apaes do Paraná, Maria Lúcia Furquim.
Segundo ela, o último repasse
feito pelo governo federal ocorreu
em novembro do ano passado,
quando 80% das Apaes receberam
as verbas públicas. Desde então, os
recursos foram interrompidos.
A coordenadora afirmou que a
entidade recebeu a informação extra-oficial que o governo federal
não pagará o mês de dezembro e os
meses de janeiro e fevereiro serão
repassados com cortes de 27%.
""É uma situação muito crítica,
porque as entidades não podem viver todo o tempo com o chapéu na
mão em busca de recursos para garantir a sobrevivência", disse.
A presidente da Apae-Curitiba,
vereadora Jane Rodrigues (PTB),
disse que está enviando correspondência aos pais dos 700 portadores de deficiências mentais matriculados na entidade informando sobre a possibilidade na redução do atendimento.
Ela disse que a entidade deixou
de receber R$ 25 mil mensais do
governo federal desde dezembro.
Os funcionários da entidade ameaçam fazer uma greve em função do
atraso nos salários. ""O pior é que
prestamos atendimento a muitas
pessoas de baixa renda, cujos pais
não têm condições de atender seus
filhos", afirmou.
(WAGNER OLIVEIRA)
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