São Paulo, terça-feira, 04 de abril de 2000


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Base de Pitta investiga se prefeito "vazou" a lista

CHICO DE GOIS
da Reportagem Local

Vereadores da base de apoio ao prefeito Celso Pitta (PTN) começaram ontem uma operação de investigação. O objetivo é identificar quem é o responsável pela lista com o nome de sete vereadores que teriam recebido mesadas da prefeitura para aprovar projetos favoráveis ao prefeito.
Além disso, os parlamentares atingidos estão tentando entender o que teria motivado a divulgação da lista anônima.
Um dos vereadores citados, que tem vários cargos na administração, disse ontem que seu grupo está empenhado em descobrir de quem partiu a lista e por quê. Ele disse, pedindo para não se identificar, que irá para "o contra-ataque" caso ache que a lista partiu do Palácio das Indústrias.
Um outro parlamentar também apontado na lista como beneficiário da mesada avaliou que a lista "deve ter partido do Executivo". Segundo esse parlamentar, que pediu para não ser identificado, ao divulgar o nome de vereadores de vários partidos, a intenção foi pressioná-los a rejeitar o pedido de impeachment apresentado pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Esse vereador afirmou que o ""tiro pode sair pela culatra" caso haja comprovação de que a lista saiu do grupo de Pitta.
De acordo com ele, a Câmara deveria aprovar a comissão processante para mostrar que nada deve.
Há também quem acredite que o episódio da lista terá como principal alvo o secretário do Governo, Carlos Augusto Meinberg. Um outro vereador citado disse que o prefeito, na hipótese de a lista ter partido do Executivo, deve ter sido aconselhado por alguém a soltar a lista. Com isso, avalia, colocaria ""a cabeça de Meinberg a prêmio".
A maioria dos vereadores citados na lista da mesada sempre votou de acordo com os interesses do prefeito Celso Pitta.
A exceção foi a aprovação da CPI da máfia da propina, que apurou denúncias de irregularidades na administração municipal, em março do ano passado. Mas essa aprovação só aconteceu depois da pressão popular, uma vez que na primeira votação a matéria foi rejeitada.
A oposição, também atingida pela divulgação da lista, tenta entender o que está acontecendo. Uma nota divulgada ontem pela bancada do PT e pela Executiva Municipal do partido afirma que "há quase dez dias os vereadores do PT, e de outros partidos de oposição, (...) já tinham denunciado que existia uma estratégia em curso com o objetivo de tentar colocar em pé de igualdade os acusados de participar da máfia da propina e aqueles que têm lutado para investigá-la".


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