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JUSTIÇA
Ex-diretores do Limpurb, ex-secretário e empresa teriam cometido irregularidade na coleta de lixo
Juíza condena contrato da gestão Pitta
da Reportagem Local
A juíza Cynthia
Thomé, da 8ª Vara
da Fazenda Pública
de São Paulo, condenou ontem três
funcionários da
gestão Celso Pitta (PTN) e a empresa de limpeza urbana Cavo a
pagar aos cofres públicos da cidade uma multa que pode superar
R$ 350 milhões.
Carlos Alberto Venturelli e Paulo Gomes Machado, ex-diretores
do Limpurb (Departamento de
Limpeza Urbana), e o ex-secretário de Serviços e Obras Alfredo
Mário Savelli foram condenados
por improbidade administrativa
em uma ação movida pelo Ministério Público de São Paulo. A Cavo foi condenada porque teria sido beneficiada.
Os acusados negaram ter cometido irregularidades e vão recorrer da decisão (leia texto abaixo).
Segundo a sentença, eles cometeram atos lesivos à administração por terem consentido que fossem feitos dez adendos no contrato de coleta de lixo e varrição da
cidade, que envolve a Cavo, desde
95. Os serviços estavam sob a jurisdição das administrações regionais de Vila Mariana, Ipiranga
e Vila Prudente.
A juíza disse que "todos os aditamentos contratuais foram injustificados, ou seja, não constou
deles uma única linha demonstrando a legitimação do ato".
Segundo o promotor Fernando
Capez, que moveu a ação, as empresas vencedoras de uma licitação podem aumentar os preços
dos contratos que ganharam em
até 25%. Desde que a Cavo começou a prestar os serviços, o valor
do contrato subiu mais de 76%.
Segundo o Ministério Público,
em junho de 95 os funcionários
públicos realizaram o primeiro
aditamento, elevando o valor inicial do contrato de R$
65.920.260,45 para R$
91.301.572,53.
Durante o período de vigência
do contrato foram realizados outros nove aditamentos, por meio
dos quais, segundo o Ministério
Público, eles conseguiram "burlar
o processo licitatório", alterando
a forma de pagamento e incluindo novos serviços. O valor do
contrato neste período chegou a
R$ 160.813.314,63.
A sentença da juíza Cynthia
Thomé condena cada um dos envolvidos a pagar R$ 70 milhões
aos cofres públicos, além da perda
da função pública e suspensão
dos direitos políticos. A Cavo fica
proibida de participar de qualquer concorrência pública por
cinco anos.
Tanto a empresa quanto Venturelli, Savelli e Machado podem recorrer da sentença ao Tribunal de
Justiça. Como a sentença só é executada após o término do processo, Capez acha que a multa só será
paga daqui a três anos, caso a condenação seja confirmada.
Em março deste ano a 13ª Vara
da Fazenda Pública de São Paulo
havia condenado a CBPO, Enterpa Engenharia e Enterpa Ambiental, que também fazem a coleta e varrição da cidade a ressarcir R$ 37,9 milhões aos cofre públicos por causa de gastos irregulares com a limpeza pública. Savelli, Venturelli e a Cavo também foram condenados.
Estas empresas venceram a licitação e são responsáveis pela coleta e varrição das sete áreas nas
quais a cidade está dividida.
(JULIA DUAILIBI)
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