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OPERAÇÃO SOCIAL
Objetivo é unificação
Programas só levarão logomarca do governo
GABRIELA ATHIAS
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da
Silva decidiu acabar com o que
chamou de "paternidade dos programas sociais". A partir de agora, a única logomarca que aparecerá no material de divulgação é a
do governo federal.
Essa foi uma das decisões tomadas ontem pela Câmara de Política Social, da qual participaram o presidente Lula e os ministros das
áreas econômica e social.
O anunciado "fim da paternidade" é mais um recado aos ministros para que não disputem internamente os programas do que
propriamente uma ação de governo. Representa ainda um avanço
na direção da unificação dos programas sociais.
Os programas continuarão a ser
administrados pelos mesmos ministros, mas eles não terão autonomia para decidir novos rumos sem consultar a Câmara como,
por exemplo, mudar o formato
do benefício ou o público atendido. Por isso não poderão -ao
menos em tese- aparecer na mídia defendendo o programa.
Ou seja: o Bolsa-Escola (maior
programa social do país) continuará a ser administrado dentro
do Ministério da Educação, mas
suas diretrizes estarão sujeitas à
Câmara. O mesmo ocorrerá com
relação ao Bolsa-Alimentação, o
programa de complementação de
renda coordenado pela pasta da
Saúde. Tocado pelo ministro José
Graziano (Segurança Alimentar),
nem o Fome Zero escapará.
Recentemente, o ministro Cristovam Buarque (Educação) sugeriu que o valor do Bolsa-Escola, que paga R$ 15 por criança em
idade escolar até o limite de R$ 45
por família, fosse para R$ 50 como uma forma de fazer o que ele
chamou de "Fome Zero Já". Para
ele, o programa atingiria mais rapidamente a população carente.
Após a última reunião da Câmara, no mês passado, a ministra
Benedita da Silva (Assistência e
Promoção Social) saiu falando
que foi a "única a apresentar propostas" e que seria a responsável
pela avaliação dos programas
coordenados por outros ministérios. Se fosse hoje, a ministra não
poderia dizer que os programas
são dessa ou daquela pasta.
O presidente pediu que seja
criado uma espécie de "radar social", para monitorar de forma
permanente a eficiência da ação
governamental. André Singer,
porta-voz da Presidência, afirmou que o "radar" será um "instrumento estatístico de análise".
Para os cinco participantes ouvidos pela Folha, a reunião foi um
passo concreto na direção da unificação dos programas sociais.
"O presidente considerou que é
preciso caminhar em marcha rápida em direção a um cadastro
unificado dos beneficiados pelos
programas sociais", disse Singer.
Colaborou FÁBIO ZANINI, da Sucursal
de Brasília
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