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CASO SILVEIRINHA
Justiça bloqueia bens
Ex-subsecretário do Rio subavaliou patrimônio
MURILO FIUZA DE MELO
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO
O ex-subsecretário especial de
Fazenda do Rio Geraldo Moreira
Barbosa é o novo alvo da CPI do
"Propinoduto", que investiga um
suposto esquema de corrupção
na Fazenda estadual. A pedido da
comissão, a Justiça Federal já quebrou os sigilos telefônico, bancário e fiscal de Barbosa e de seu filho, José Diogo Valadares Moreira Barbosa. Ontem, a Justiça bloqueou os bens dos dois.
A Folha teve acesso às declarações de renda de Barbosa de 1997
a 2001, que mostram que ele subavaliou o valor de um apartamento
e de pelo menos uma das cinco fazendas que adquiriu no período.
Nas declarações de renda, ele
disse que o apartamento, na avenida Delfim Moreira, no Leblon
(zona sul), um dos endereços
mais nobres do Rio, valia R$ 166
mil, preço de um conjugado em
Copacabana. Segundo dois corretores ouvidos pela Folha, um
imóvel na Delfim Moreira não
custa menos de R$ 800 mil.
Barbosa também declarou ser
dono de uma fazenda no município de Capim Branco (MG), de
570 mil m2, no valor de R$ 51 mil.
Fotos obtidas pelos deputados
mostram que há até uma pista de
pouso para aviões no local. A CPI
pediu uma avaliação da fazenda.
"Achamos o valor declarado muito baixo para o tamanho da propriedade", disse o presidente da
CPI, Paulo Melo (PMDB).
Procurador aposentado do Estado, Barbosa foi responsável pelo
parecer final que sustentou a decisão do então secretário de Fazenda, Carlos Antonio Sasse, de conceder isenção de ICMS à Cien
(Companhia de Interconexão
Energética), para importação de
material destinado à construção
de uma estação de energia no Sul.
Com a operação, o Rio deixou de
arrecadar R$ 53 milhões.
A análise das declarações de
renda do ex-secretário mostra
que, de 1997 a 2001, seu patrimônio cresceu 60,5%, e sua renda,
30,5%. Procurado pela Folha,
Barbosa não foi encontrado.
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