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São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

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CASO SILVEIRINHA

Justiça bloqueia bens

Ex-subsecretário do Rio subavaliou patrimônio

MURILO FIUZA DE MELO
FERNANDA DA ESCÓSSIA
DA SUCURSAL DO RIO

O ex-subsecretário especial de Fazenda do Rio Geraldo Moreira Barbosa é o novo alvo da CPI do "Propinoduto", que investiga um suposto esquema de corrupção na Fazenda estadual. A pedido da comissão, a Justiça Federal já quebrou os sigilos telefônico, bancário e fiscal de Barbosa e de seu filho, José Diogo Valadares Moreira Barbosa. Ontem, a Justiça bloqueou os bens dos dois.
A Folha teve acesso às declarações de renda de Barbosa de 1997 a 2001, que mostram que ele subavaliou o valor de um apartamento e de pelo menos uma das cinco fazendas que adquiriu no período.
Nas declarações de renda, ele disse que o apartamento, na avenida Delfim Moreira, no Leblon (zona sul), um dos endereços mais nobres do Rio, valia R$ 166 mil, preço de um conjugado em Copacabana. Segundo dois corretores ouvidos pela Folha, um imóvel na Delfim Moreira não custa menos de R$ 800 mil.
Barbosa também declarou ser dono de uma fazenda no município de Capim Branco (MG), de 570 mil m2, no valor de R$ 51 mil. Fotos obtidas pelos deputados mostram que há até uma pista de pouso para aviões no local. A CPI pediu uma avaliação da fazenda. "Achamos o valor declarado muito baixo para o tamanho da propriedade", disse o presidente da CPI, Paulo Melo (PMDB).
Procurador aposentado do Estado, Barbosa foi responsável pelo parecer final que sustentou a decisão do então secretário de Fazenda, Carlos Antonio Sasse, de conceder isenção de ICMS à Cien (Companhia de Interconexão Energética), para importação de material destinado à construção de uma estação de energia no Sul. Com a operação, o Rio deixou de arrecadar R$ 53 milhões.
A análise das declarações de renda do ex-secretário mostra que, de 1997 a 2001, seu patrimônio cresceu 60,5%, e sua renda, 30,5%. Procurado pela Folha, Barbosa não foi encontrado.


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