LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pela primeira vez uma mulher, a desembargadora federal Anna Maria Pimentel, irá assumir a presidência do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que tem jurisdição sobre os Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. O TRF-3 foi criado em 1989.
Há 42 anos na Justiça Federal, Pimentel será empossada no dia 5 de maio, sucedendo o atual presidente, Márcio de Moraes.
Pela ordem de antiguidade, Pimentel era a herdeira natural do cargo. Entretanto, sua votação não foi unânime. Ao contrário, expôs uma divisão interna entre os desembargadores do tribunal.
No primeiro escrutínio, Pimentel recebeu 13 votos de um total de 26 desembargadores presentes (13 votos foram em branco). Como ela não alcançou a maioria absoluta, exigência prevista no regimento interno do TRF, houve uma nova eleição. Dessa vez, ela obteve 11 votos (dois a menos) contra 15 em branco. Sem um concorrente, foi eleita presidente.
Alegando estar sob "forte emoção", Pimentel disse que não conversaria com a imprensa. Durante o ato, fez um breve discurso. Disse que era tempo de trabalhar e que a vocação do TRF-3 era o trabalho. "Vamos trabalhar", afirmou.
Dois dos 28 desembargadores que compõem o tribunal não votaram: Sylvia Steiner, que compareceu à sessão, se afastou do TRF para assumir cargo no Tribunal Penal Internacional. Paulo Theotonio Costa foi afastado, em dezembro de 2001, sob denúncia de favorecer narcotraficante.
O desembargador Roberto Haddad, cuja permanência no órgão deveria ter sido julgada anteontem pelo Superior Tribunal de Justiça, participou da votação. Ele é acusado de falsificar documentos do IR para induzir em erro a Receita Federal e o próprio STJ em razão de investigação sobre a origem de seu patrimônio.


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