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Bastos não se envolveu com violação, diz Jobim
DE BUENOS AIRES
O ex-presidente do Supremo
Tribunal Federal Nelson Jobim
descartou ontem um "envolvimento ativo" do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, no
episódio da quebra de sigilo do
caseiro da "casa do lobby".
Segundo Jobim, a saída de Antonio Palocci da Fazenda "resolve
o problema". Questionado se defendia a investigação de Thomaz
Bastos, respondeu: "Todo mundo
está sujeito à investigação. Mas esse assunto, em termos de crise política, desaparece pelo fato do Palocci ter saído. Porque a tentativa
não é a de buscar a justiça, é um
problema político".
Jobim também refutou a tese de
que o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva tenham de responder pela quebra de sigilo. "Não creio. Isso é um discurso que visa as eleições. A esperança era que se mudasse o patamar da disputa."
Jobim renunciou ao cargo de
presidente do Supremo na semana passada para voltar à carreira
política, mas evitou definir a que
cargo concorrerá: "Não tenho nenhuma perspectiva. Estou naquele negócio do Zeca Pagodinho:
"deixa a vida me levar'".
Viagens
Em Buenos Aires para participar de um seminário sobre o Mercosul, Jobim disse não "se preocupar" com as críticas sobre suas
viagens, reveladas pela Folha. "As
viagens no sistema do tribunal independem do fato dos convites.
São coisas autônomas. Há resoluções nesse sentido e eu não me
preocupo com isso [as críticas dos
especialistas]. Tenho outras coisas para fazer."
(FLÁVIA MARREIRO)
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