São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Lupi promete abrigar aliados no Trabalho

Em cerimônia tumultuada, presidente do PDT assume ministério e afirma que repetirá a mesma coalizão do governo

Em seu discurso, pedetista cita Vargas, João Goulart e Brizola, que, segundo ele, fazem parte da "comissão executiva celestial" da sigla


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em uma tumultuada e barulhenta cerimônia, o presidente do PDT, Carlos Lupi, assumiu ontem o Ministério do Trabalho, evocando em seu discurso Getúlio Vargas, João Goulart e Leonel Brizola, que, segundo ele, fazem parte da "comissão executiva celestial" do partido. Lupi recebeu o cargo do ministro Luiz Marinho, que agora responde pela Previdência.
Em seu discurso, Lupi declarou que a pasta repetirá a mesma coalizão do governo, reunindo os partidos que apóiam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vamos continuar o que o governo vinha fazendo. A política já está traçada. Queremos fazer a coalização no ministério com todos os partidos que apóiam o governo." Na reunião ministerial da segunda-feira, Lula vetou a entrega de ministérios com "porteira fechada".
Ontem, a transmissão de cargo, realizada em um pequeno auditório onde funciona a sede dos dois ministérios, foi tomada por militantes do PDT, deputados, senadores, além de governadores e ministros. A ex-prefeita de São Paulo e ministra do Turismo, Marta Suplicy (PT), compunha o palanque de autoridades e foi obrigada a tirar o casaco devido ao calor.
O barulho causado pelos militantes do PDT acabou irritando Marinho, que várias vezes interrompeu seu discurso para pedir silêncio. Já sem paciência, "exigiu respeito" e disse que "tinha o direito" de concluir o balanço de seus 20 meses de gestão à frente do ministério. Recebeu vaias e só foi aplaudido quando avisou à platéia que iria pular trechos de seu longo discurso.
Após a cerimônia, seguranças tentaram conter o empurra-empurra na fila de cumprimentos. Lupi chegou a sair do ministério e foi para a calçada abraçar os militantes pedetistas. "Muitos me discriminam por causa da minha origem, por ser um ex-jornaleiro", disse ele, no discurso em que prometeu livre acesso das centrais sindicais ao Ministério do Trabalho.
No discurso, Lupi voltou a defender os direitos dos aposentados e pensionistas do INSS. Cotado inicialmente para a Previdência, o pedetista fez críticas públicas à reforma da Previdência que o governo começa a debater. (JULIANNA SOFIA)


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