São Paulo, quarta-feira, 04 de abril de 2007

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Kassab já fala em "aliança eterna" com PSDB

De olho no apoio dos tucanos à sua reeleição, prefeito paulistano defende que partidos estejam juntos na disputa de 2008

Tucanos, porém, cogitam lançar o nome de Alckmin, principalmente depois que pesquisa Datafolha mostrou avaliação ruim da prefeitura


CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Sonhando com o apoio dos tucanos à sua reeleição, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, declarou-se "definitivamente ligado ao PSDB" ao participar de um seminário organizado pelo diretório municipal do partido na noite da última segunda-feira.
"Vou lutar para que essa aliança seja eterna", afirmou.
No discurso de abertura do seminário, Kassab frisou que o paulistano elegeu uma administração do PSDB em aliança com os hoje Democratas, novo nome do PFL.
"Tenho uma missão. A cidade escolheu um plano de governo, uma aliança. Vamos mostrar que a cidade não errou", disse Kassab, afirmando ter um compromisso com a cidade, com o PSDB e os Democratas.
Dizendo que tem orgulho de conviver com os tucanos e com o governador José Serra, Kassab apostou na continuidade da aliança entre PSDB e Democratas no município, qualquer que seja o partido que encabece a chapa em 2008.
Segundo ele, a aliança existiu com o ex-governador Geraldo Alckmin e com Serra. "E continuará existindo na cidade de São Paulo", afirmou.
Sem citar explicitamente a eleição de 2010, Kassab enfatizou ainda a importância dessa aliança no cenário nacional, ao classificá-la como "uma referência no Brasil".
O prefeito participou do seminário -aberto pelo secretário municipal Andrea Matarazzo (Coordenação de Subprefeituras)- a convite do presidente municipal do PSDB, Tião Farias. A palestra de Matarazzo foi a primeira de uma série a ser apresentada pelos secretários municipais ao PSDB.
Nela, Matarazzo fez uma prestação de contas das ações da prefeitura, do programa Cidade Limpa à iluminação pública. Homem de confiança de Serra, Matarazzo é cogitado para ser vice de Kassab, caso o PSDB seja convencido a abrir mão de lançar um candidato próprio no ano que vem.
A hipótese de o PSDB aderir à candidatura de Kassab é hoje tida como remota, especialmente depois da divulgação da pesquisa Datafolha segundo a qual sua administração é considerada ruim ou péssima por 42% dos paulistanos.
Os números do Datafolha alimentaram nos tucanos a intenção de lançar Alckmin à prefeitura em 2008. É por isso que Kassab trabalha para conquistar o apoio dos aliados.
Além de Matarazzo, o secretário municipal de Esporte, Walter Feldman, também participará do seminário organizado pelo PSDB.
A presença de secretários municipais em eventos do partido e o compromisso de manutenção do modelo administrativo do PSDB não são os únicos gestos de Kassab. A idéia de participar do seminário nasceu, por exemplo, há duas semanas num almoço oferecido por Kassab à bancada do PSDB na Câmara Municipal.
"É a quarta vez que assisto a essa palestra", brincou o líder do governo na Câmara Municipal, o tucano José Police Neto, numa referência ao balanço apresentado por Matarazzo.
Apesar dos esforços, tucanos duvidavam ontem que Kassab venha a ser escolhido vice caso Alckmin decida mesmo disputar a prefeitura no ano que vem.


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