São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Superdosagem

No fim do dia que começou com a convocação de Dilma Rousseff para depor na Comissão de Infra-Estrutura e terminou com a oposição pedindo nova CPI, agora só no Senado e focada no dossiê, havia governistas achando que foi um erro mover cruzada contra o suposto vazador Álvaro Dias (PSDB-PR).
No entender dessa ala menos radical do governismo, o assunto esfriava, e a CPI mista rumava para o fim. Ao passar o rolo compressor nos requerimentos e colocar a tropa de choque na rua, o Planalto atiçou a oposição, que, numa CPI só de senadores e à luz das novas revelações sobre o papelório montado para constranger os tucanos, poderá fazer estrago maior.



Meu garoto! Depois de ajudar a tropa de choque governista a transformar a CPI numa feira livre, o deputado Carlos Willian (PTC-MG) virou-se para trás, todo orgulhoso: "Mandaram ligar o trator, eu tô ligando. Vrrrruuummmmm!".

Banho-maria. Será possível correr com a leitura do pedido da CPI dos Cartões exclusiva do Senado, como quer a oposição, porque o requerimento para sua criação tinha ficado na Mesa desde antes da instalação da CPI Mista.

Supermãe. Lula e meia República estarão em Porto Alegre no próximo dia 18 para assistir ao casamento da única filha de Dilma Rousseff. O filho é o PAC, claro.

Escalação 1. Aviso aos tucanos que ainda sonham com um recuo de Gilberto Kassab (DEM) em prol de Geraldo Alckmin: o prefeito escolheu Rubens Jordão, colaborador de longa data que os mais próximos chamam de "Bibo", para coordenar sua campanha.

Escalação 2. Flavio Chueri, tesoureiro do DEM-SP e da campanha de Afif Domingos ao Senado em 2006, foi chamado por Kassab para elaborar um "plano de arrecadação" para a candidatura.

Em campo. Ao lado de 11 dos 12 vereadores do PSDB, Kassab inaugurou ontem nova AMA, unidade de atendimento de saúde. No discurso, disse que a solidariedade dos parlamentares tucanos o estimula a entrar na disputa.

Freio. Na esteira do PT, que adiou a reunião do diretório de Belo Horizonte sobre a sucessão municipal, o PSB também postergou encontro da Executiva que lançaria Márcio Lacerda, agora à espera do apoio dos petistas.

Coluna do meio. Entre as três faixas de corte adicional no Orçamento que lhe foram propostas pela área econômica, Lula optará pela intermediária: R$ 16,5 bilhões.

SOS. Ao mesmo tempo em que deu sinal verde para a tesoura, o presidente determinou a alocação de mais recursos para a saúde. O ministro José Temporão quer R$ 4 bi.

Fanático. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) se misturou aos torcedores do Sport na arquibancada do Serejão para a partida de seu time contra o Brasiliense. No intervalo, aproveitou para fazer campanha para Raul Henry, seu candidato à Prefeitura de Recife.

Dando exemplo. O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), não havia divulgado até a tarde de ontem relatório das quatro viagens internacionais que fez em 2008, descumprindo ato da Mesa que determina a publicidade. O gabinete diz que houve falha da assessoria.

Visita à Folha. Carlos Antonio Tilkian, presidente do Conselho Administrativo da Abrinq e diretor-presidente da Brinquedos Estrela, visitou ontem a Folha. Estava acompanhado de Denise Maria Cesário, gerente de Desenvolvimento de Programas da Abrinq, de Victor Alcântara da Graça, gerente de Desenvolvimento Institucional da Abrinq, e de Helio Perazollo, assessor de imprensa.

Tiroteio

Já que está fazendo contorcionismo, o PT deveria radicalizar e dizer que foi Fernando Henrique quem montou um dossiê contra ele próprio para derrubar Lula.

De DEMÓSTENES TORRES (DEM-GO), sobre a tentativa governista de tirar o foco da montagem do dossiê acusando o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) por seu vazamento.

Contraponto

Bem que eu desconfiava

Wellington Salgado (PMDB-MG) seguia ontem para a Comissão de Infra-Estrutura do Senado quando encontrou no caminho o colega Flexa Ribeiro (PSDB-PA).
-Não precisa ir lá, não. Você vai ver: não vai dar quórum nem votar nada -, desestimulou o tucano.
Salgado acreditou e foi resolver outros assuntos antes de chegar à comissão. Com a base desmobilizada, a oposição conseguiu aprovar ali a convocação da ministra Dilma Rousseff, barrada na CPI dos Cartões. Salgado e colegas ainda tentaram reverter o quadro, mas era tarde demais.
-Agora é que eu não confio mais em careca mesmo!-, esbravejou o peemedebista, dono de espessa cabeleira.


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