São Paulo, sexta-feira, 04 de maio de 2001

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Corrupção será tema de missas católicas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O combate à corrupção e à impunidade será tema de missas da Igreja Católica, segundo o vice-presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), dom Marcelo Carvalheira. A CNBB se juntou às entidades que organizam a vigília cívica contra a corrupção no próximo dia 13.
A vigília vai defender a instalação da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da corrupção e combater qualquer acordo que vise a salvar os mandatos dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), José Roberto Arruda (sem partido-DF) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
O movimento foi lançado no último dia 19 de abril por cerca de 20 entidades da sociedade civil, de classe e sindicais, como OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Unafisco Sindical, Transparência Brasil, CUT (Central Única dos Trabalhadores) e Rede Nacional contra o Racismo no Brasil, mas não tem uma programação fixa.
ACM e Arruda estão sendo investigados por envolvimento com a violação do painel eletrônico do Senado. Jader é acusado de envolvimento em irregularidades na Sudam e no Banpará.
Segundo o presidente do Conselho Nacional da OAB, Rubens Approbato, cada entidade vai organizar sua programação, e o dia 13 vai representar o início de uma série de manifestações contra a corrupção. As entidades deverão organizar um abaixo-assinado de apoio à CPI da corrupção.
"No dia 13, as pessoas poderão ir às igrejas, às sedes da OAB, sair às ruas ou mandar e-mail para os parlamentares. Não há uma forma organizada de fazer isso. Queremos uma manifestação espontânea da sociedade, que não pode permitir que a sujeira seja varrida para debaixo do tapete", disse o presidente do conselho.
Ontem representantes das entidades e congressistas se reuniram em Brasília para divulgar a vigília cívica contra a corrupção. O primeiro ato será a participação dessas entidades na entrega do requerimento de instalação da CPI da corrupção no Congresso, marcada para quarta-feira da próxima semana.
No final da reunião, o representante da Transparência Brasil, Cláudio Abramo, discordou de proposta apresentada pelo deputado Henrique Fontana (PT-RS). O petista sugeriu que as pessoas coloquem faixas com os nomes de deputados e senadores que não assinaram a CPI.
Abramo reagiu imediatamente: "Isso é coerção. Não se pode chamar de corrupto um indivíduo que não assinou o requerimento". Constrangido com a contestação pública, o deputado disse que seu objetivo não é esse.


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