São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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PAINEL

Problemas internos
FHC disse a dois interlocutores nesta semana que não está preocupado com o crescimento de Lula, que ainda é "o mesmo candidato que já perdeu três eleições". O que preocupa o presidente é a dificuldade de Serra em fazer alianças, ganhar apoios e deslanchar na campanha.

Lista de tarefas
O presidente acredita que Serra precisa urgentemente conquistar apoios no NE e nas classes mais pobres. Além disso, tem de parar de criar arestas com aliados e de gerar notícias negativas e conversar mais com políticos do baixo clero.

Alvo único
FHC considera que o único rival de Serra na eleição é Lula. Portanto, o tucano deve ignorar ataques de Ciro Gomes e Anthony Garotinho e provocar o petista para discussões de idéias e propostas para o país.

Ação desestabilizadora
Boato espalhado ontem no mercado financeiro: o presidenciável tucano José Serra será substituído na chapa tucana.

Baixo dos panos
O PL não deve coligar-se com o PT,mas irá apoiar Lula informalmente na eleição presidencial. Caso o petista seja eleito, a intenção do partido é filiar dezenas de deputados do baixo clero que sempre estão e estarão com o governo, qualquer que seja ele.

Mão dupla
Conseguindo agregar uma grande bancada, o PL será essencial para o PT ter a maioria no Congresso. Em compensação, acredita, conseguiria vários cargos de primeiro escalão no governo de Lula (PT).

Cadeiras ocupadas
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, segundo ironia corrente na esquerda do PT, já passa noites em claro sonhando com o Ministério das Comunicações. O deputado Luiz Antonio de Medeiros, ligado à Força Sindical, com o do Trabalho.

Dúvida estudantil
A cúpula da UNE e parte da militância estão em queda-de-braço. O congresso de 1.500 delegados acaba domingo em SP. A ala ligada ao PSTU quer escolher um candidato à Presidência, enquanto os dirigentes, do PC do B, preferem deixar a escolha para o segundo turno.

Vôo da pesada
O secretário nacional de Justiça, João Benedicto de Azevedo Marques, assinará um convênio com o Ministério da Defesa para transportar por avião cerca de 5.000 presos que hoje cumprem pena irregularmente em outros Estados brasileiros.

Programa de milhagem
Pela lei, o detento tem de cumprir a pena em seu Estado de origem ou onde foi condenado. O secretário quer transportar esses presos que aguardam transferência em vôos especiais programados com a Aeronáutica. A intenção é fazer um vôo por mês, nos próximos 12 meses.

Malufismo diet
Pré-candidato ao governo de São Paulo, Paulo Maluf (PPB) foi aconselhado por seus assessores a perder cerca de seis quilos antes de começar o horário eleitoral gratuito na TV.

Perda de prazo
O ministro Fernando Gonçalves, do STJ, indeferiu recurso contra suspensão da ação civil para apurar suposta improbidade do desembargador Roberto Haddad, do TRF-SP, aberta na 22ª Vara Federal em São Paulo. O Ministério Público Federal recorreu fora do prazo.

Visita à Folha
Marta Suplicy (PT), prefeita de São Paulo, visitou ontem a Folha, onde foi recebida em almoço. Estava acompanhada de Valdemir Garreta, secretário de Comunicação e Informação Social, e de Alon Feuerwerker, assessor de imprensa da prefeita.

TIROTEIO

Do deputado federal Luiz Antônio Fleury (PTB), ex-governador de SP (91-94), sobre a insistência do PPS em manter a candidatura de Antônio Britto ao governo do RS:
- Perder a chance de eleger Ciro Gomes à Presidência da República por causa de uma picuinha no Estado do Rio Grande do Sul é olhar muito para o próprio umbigo.

CONTRAPONTO

Português dobrado

João Francisco, prefeito de Ibateguara (AL) no início da década de 60, foi, certo dia, acompanhado de vereadores e assessores, visitar a nova praça construída por ele na cidade.
Um dos vereadores, Antônio Monteiro, reclamou que adolescentes estavam quebrando galhos de árvores e bancos das praças e o vigia nada podia fazer porque não trabalhava armado.
Depois de muita insistência, ele convenceu o prefeito a comprar um revólver para o vigia.
Na quarta seguinte, dia que ia a Recife fazer as compras para a prefeitura, Francisco chamou o vereador e o informou:
- Vou comprar uma pistola. O revólver é muito caro.
O prefeito passou a fazer a lista de compras. E perguntou:
- Pistola é com um "lê" ou com dois "lês"?
- Depende, prefeito. Se for de um cano é com um "lê". Se for de dois canos é com dois "lês".



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