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MERCADO DA SUCESSÃO
Petista compara últimos dias à campanha de 89
Para Lula, há uma "onda
de terrorismo" contra o PT
FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
O pré-candidato do PT a presidente, Luiz Inácio Lula da Silva,
disse ontem que começou uma
"onda de terrorismo" contra sua
candidatura, em alusão à alta do
dólar e à queda da Bolsa, atribuídas em parte à subida do petista
nas pesquisas eleitorais.
"[Na campanha] vamos falar
para aqueles que ainda acreditam
nas boatarias a que são submetidos diariamente no rádio e na televisão, como ontem, quando começou uma onda de terrorismo.
E não pense que essa onda de terrorismo é besteira, não. Ela atinge
a dona-de-casa, o taxista", disse.
Anteontem, um analista do
ABN Amro afirmou que o banco
estava reduzindo sua recomendação de compra dos papéis brasileiros -fato negado depois pelo
presidente da instituição, Fábio
Barbosa-, tendo como um dos
motivos o crescimento de Lula. O
mesmo argumento foi usado pelos bancos de investimento americanos Merrill Lynch e Morgan Stanley, no início da semana.
Ontem, o Santander de Nova
York tomou medida semelhante,
mas dizendo que o motivo foi o
agravamento da crise econômica.
Outros quatro bancos mantiveram suas recomendações aos papéis brasileiros.
Acompanhado do presidente
do PT, José Dirceu, Lula falou no
encerramento da Conferência
Eleitoral do PT, em Mato Grosso
do Sul, governado por José Orcírio dos Santos, o Zeca do PT.
Lula comparou os últimos dias
com a campanha eleitoral de 89,
quando perdeu para Fernando
Collor de Mello.
"Os adversários sabem que não
podem acusar o PT de desleixo
administrativo, de malversador
do patrimônio público, então o
que eles vão tentar fazer? Eles vão
tentar criar terrorismo. Vocês sabem que o Collor em 89 disse que
eu ia tomar a poupança do povo
brasileiro?", perguntou.
Na entrevista coletiva, quando
questionado se os relatórios dos
bancos estrangeiros divulgados
nesta semana beneficiariam a
candidatura governista de José
Serra (PSDB), ele não respondeu.
Depois do discurso, Lula seguiria para o "Baile da Estrela Vermelha", festa de encerramento da
conferência petista.
"A quem interessa?"
Mais cedo, em Ribeirão Preto
(314 km de São Paulo), Lula disse
que o país tem de perguntar a
quem interessa as "especulações".
"Ao PT não interessa, ao produtor rural não interessa, a quem fabrica máquinas para o produtor
rural não interessa. Fica a pergunta no ar: a quem interessa?"
O deputado Aloizio Mercadante, um dos porta-vozes econômicos do partido, disse que o PT
"não se rende aos especuladores".
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