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Ciro afirma que petista não altera mercado
DE NOVA YORK
Dizer que a avaliação do país no
mercado piorou devido à subida
do pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas "é
falso como uma nota de R$ 3",
acredita Ciro Gomes. "Essa é uma
ideologia de quinta categoria que
nos vendem como ciência exata",
afirmou ontem em Nova York.
Para o ex-ministro da Fazenda
no final do governo Itamar Franco (1992-1994), a piora dos papéis
brasileiros no mercado externo é
reflexo do que ele chama de "inconsistência daquele otimismo
absurdo que tomou a retórica oficial no começo desse ano".
"Olhe o galope da dívida interna
brasileira, olhe o rombo das contas brasileiras no estrangeiro, olhe
a queda das importações, o Brasil
está com um superávit comercial
porque despencaram as importações, mas caíram as exportações
também", disse ele.
Segundo Ciro Gomes, trata-se
de um "ciclo de ilusão no Brasil"
alimentado pelo governo. "Isso é
feito de propósito para especular
e ganhar, feito por essas mesmas
entidades financeiras que agora
estão querendo botar a culpa no
nosso processo eleitoral".
Rombo
Segundo números fornecidos
pelo cearense, em 2002 o Brasil terá de rombo em suas contas externas US$ 20 bilhões e deve amortizar US$ 27 bilhões na dívida externa, "então nós temos de arranjar US$ 47 bilhões".
Ciro Gomes aproveitou para
desdenhar as pesquisas eleitorais
que o colocam em quarto lugar na
corrida à Presidência da República. "Pesquisa feita a tal distância
do processo eleitoral revela notoriedade, e não preferência", disse.
"Notoriedade, no caso brasileiro,
hoje, claramente vem em função
do programa eleitoral gratuito,
que tem uma data de exposição
diferente das outras", disse.
(SÉRGIO DÁVILA)
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