São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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Ciro afirma que petista não altera mercado

DE NOVA YORK

Dizer que a avaliação do país no mercado piorou devido à subida do pré-candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas "é falso como uma nota de R$ 3", acredita Ciro Gomes. "Essa é uma ideologia de quinta categoria que nos vendem como ciência exata", afirmou ontem em Nova York.
Para o ex-ministro da Fazenda no final do governo Itamar Franco (1992-1994), a piora dos papéis brasileiros no mercado externo é reflexo do que ele chama de "inconsistência daquele otimismo absurdo que tomou a retórica oficial no começo desse ano".
"Olhe o galope da dívida interna brasileira, olhe o rombo das contas brasileiras no estrangeiro, olhe a queda das importações, o Brasil está com um superávit comercial porque despencaram as importações, mas caíram as exportações também", disse ele.
Segundo Ciro Gomes, trata-se de um "ciclo de ilusão no Brasil" alimentado pelo governo. "Isso é feito de propósito para especular e ganhar, feito por essas mesmas entidades financeiras que agora estão querendo botar a culpa no nosso processo eleitoral".

Rombo
Segundo números fornecidos pelo cearense, em 2002 o Brasil terá de rombo em suas contas externas US$ 20 bilhões e deve amortizar US$ 27 bilhões na dívida externa, "então nós temos de arranjar US$ 47 bilhões".
Ciro Gomes aproveitou para desdenhar as pesquisas eleitorais que o colocam em quarto lugar na corrida à Presidência da República. "Pesquisa feita a tal distância do processo eleitoral revela notoriedade, e não preferência", disse. "Notoriedade, no caso brasileiro, hoje, claramente vem em função do programa eleitoral gratuito, que tem uma data de exposição diferente das outras", disse.
(SÉRGIO DÁVILA)



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