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MERCADO DA SUCESSÃO
"De repente, ainda acham que a capital do Brasil é Buenos Aires", diz presidenciável do PSDB
Serra critica desinformação dos bancos
FÁBIO ZANINI
DA REPORTAGEM LOCAL
O senador José Serra, presidenciável do PSDB, ironizou ontem a
suposta desinformação dos responsáveis pelos relatórios de bancos estrangeiros divulgados nos
últimos dias, que rebaixaram a
avaliação do Brasil em razão do
atual cenário eleitoral.
Para isso, o tucano utilizou uma
imagem recorrente: a de que, em
países desenvolvidos, algumas
pessoas não saberiam nem qual é
a capital do Brasil.
"Está ficando cansativo [esse assunto]. De repente, eles [os bancos] ainda acham que a capital do Brasil é Buenos Aires [capital argentina]", afirmou Serra ontem
pela manhã, ao sair de uma reunião de pouco mais de uma hora
com Fernando Henrique Cardoso
no apartamento do presidente,
em São Paulo.
O presidenciável reforçou a crítica afirmando que os relatórios
são "perturbadores" e que não se
deveria dar muita importância às
pesquisas de intenção de voto feitas neste momento.
A principal justificativa dos
bancos para rebaixar a nota do
Brasil é a liderança folgada de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas e a dificuldade de Serra de
consolidar-se em segundo lugar.
O tucano está tecnicamente empatado com o pré-candidato do
PSB, Anthony Garotinho, na
maioria das sondagens divulgadas recentemente.
"Não tem cabimento incluir
pesquisa [eleitoral] em avaliação
de risco econômico de país a essa
altura, a tantos meses da eleição. É
um equívoco. É algo perturbador
e sem fundamento", declarou o
pré-candidato ao Planalto.
"Palpite para a Copa"
Ainda com ironia, Serra declarou que as atuais pesquisas de intenção de voto são "como palpite
para a Copa do Mundo".
Também presente à reunião
com Serra e FHC no apartamento
do presidente, o deputado federal
José Aníbal, presidente nacional
do PSDB, disse não crer que os relatórios dos bancos ajudem o pré-candidato tucano.
"O brasileiro está muito informado. Não vão ser avaliações, inclusive muitas delas cheias de
equívocos, que vão definir ou
contribuir decisivamente para
uma opção de voto", afirmou.
Para ele, os relatórios não significam "de maneira alguma" uma
reprovação à política econômica
do atual governo.
Serra também voltou a condenar a política externa do presidente norte-americano, George Bush,
que classificou de "unilateralista e
protecionista".
"Minha esperança é que o governo Bush se afine mais com a
América Latina, retroceda nesse
acesso protecionista e tenha uma
política externa menos unilateralista da que está tendo hoje", afirmou o tucano.
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