São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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Promotoria denunciou cunhado do ex-governador Garibaldi Alves

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Dois ex-secretários do Rio Grande do Norte e o empresário Marcos Nelson dos Santos, cunhado do ex-governador Garibaldi Alves Filho (PMDB), foram denunciados pelo Ministério Público estadual e respondem a ação penal por suposto envolvimento em um negócio irregular de R$ 12,8 milhões, realizado em 2000.
Garibaldi Alves, candidato ao Senado pelo PMDB, é primo do deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que foi indicado pela direção nacional do partido para vice de José Serra (PSDB).
Marcos Santos é acusado de intermediar a compra, com dispensa de licitação, de equipamentos para o Corpo de Bombeiros e para a Polícia Militar. O então secretário de Segurança, Josemar Tavares Câmara, teria dispensado a licitação. O então procurador-geral do Estado, Francisco de Souza Nunes, é acusado de emitir parecer pela dispensa de licitação, desprezando irregularidades apontadas pela Secretaria de Planejamento, diz o Ministério Público.
A Polícia Civil apreendeu na imobiliária de Marcos Santos mil páginas com documentos referentes a negócios tratados entre a administração estadual e empresas privadas. Vários papéis tratavam da compra dos equipamentos para a PM e os Bombeiros. Muitos dos documentos eram dirigidos a Santos, embora ele não ocupasse nenhum cargo público.
O Ministério Público apurou que, em 20 de julho de 2000, Câmara enviou ao governador proposta para aquisição dos equipamentos por meio de financiamento de um banco finlandês. No documento, o secretário propõe que a compra dos equipamentos fosse feita com dispensa de licitação.
As investigações tiveram início a partir do depoimento de Luiz Henrique Gusson Coelho, que teria aberto empresas fantasmas no Estado para fraudar licitações. O promotor Rinaldo Reis disse na denúncia que Gusson revelou "a existência de uma teia criminosa, comandada por Marcos Santos, para obter vantagens indevidas à custa do erário". O negócio não foi efetivado porque a Assembléia não autorizou o empréstimo.


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