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Itamar volta a cogitar reeleição e
PDT mineiro diz tender a apoiá-lo
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A eventual candidatura do governador Itamar Franco (PMDB-MG) à reeleição deverá fazer com
que o PDT mineiro desista de formar no Estado a Frente Trabalhista, com PTB e PPS, enfraquecendo a candidatura presidencial de
Ciro Gomes (PPS-CE) no segundo colégio eleitoral do país.
A hipótese da reeleição cresce a
cada dia, apesar da reação do vice-governador Newton Cardoso
(PMDB). Ontem, em nota, o governador disse que está "refletindo sobre sua recandidatura e tentando vencer a sua cultura, desde
o princípio, contrária à reeleição
para cargos Executivos".
Por isso, o presidente do PDT
mineiro, Manoel Costa, disse que
o apoio a Itamar seria uma "tendência natural" dos pedetistas,
que há três anos estão ao lado do
governador. O próprio Costa foi
seu secretário de Turismo até o
mês passado.
"Se o governador Itamar for
mesmo candidato, não nos restará outro caminho. É um apoio incondicional", disse Costa, que já
fala em "coligação branca".
Por mais que os pedetistas afirmem que continuariam dando
apoio ao pré-candidato do PPS,
ele perderia apoio porque a coligação branca obrigaria o PDT a
abrir mão da propaganda eleitoral na TV, espaço que teria para
pedir apoio a Ciro.
O PTB e o PPS no Estado estão
sendo cautelosos. O senador Arlindo Porto (PTB) reconhece que
essa decisão poderia prejudicar
Ciro, mas alega que "os outros
candidatos perderiam mais".
Porto diz que, se disputar a reeleição e optar pelo apoio a Luiz
Inácio Lula da Silva, Itamar não
poderá usar o seu palanque eletrônico em favor do petista. E, por
outro lado, o pré-candidato do
PSDB, José Serra, não teria o
apoio do PMDB mineiro, que é
adversário dos tucanos. Ciro ainda teria o PTB e o PPS.
Mas o senador considera que
esse eventual apoio já seria esperado, considerando que a atual estrutura burocrática do PDT no
Estado, nitidamente itamarista,
foi incentivada pelo próprio presidente nacional do partido, Leonel Brizola, que, no ano passado,
insistiu com Itamar para que ele
se filiasse à legenda para disputar
a Presidência da República.
O presidente do PPS mineiro,
Paulo Elisiário, disse que a ameaça do PDT "não aflige" a legenda
de Ciro no Estado. Ele também
acha que essa posição do PDT pode vir a ser "um problema com a
direção nacional", já que Brizola
tem insistido com os Estados para
manter a Frente Trabalhista.
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