São Paulo, domingo, 04 de junho de 2000 |
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PAINEL Tiro no pé Avaliação feita em círculos tucanos próximos a Mário Covas: o governador paulista conseguiu transferir para o PT a responsabilidade sobre as agressões que sofreu em frente à Secretaria da Educação. Contudo, ao enfrentar os manifestantes, o tucano "perdeu autoridade". Custo e benefício Erundina (PSB) e Maluf (PPB) seriam os maiores beneficiados pelo confronto, na opinião tucana. A ex-prefeita herdaria os petistas descontentes com o radicalismo dos grevistas. O pepebista, o eleitorado conservador que gosta de demonstrações de força, mas não de ver a autoridade colocada em xeque. Coragem cívica Em público, tucanos dão demonstrações de solidariedade e apoio a Mário Covas (PSDB). Nos bastidores, censuram a atitude do governador paulista no confronto, abusando de expressões como "atitude exagerada" e "descontrole emocional". Guerrilha aérea Em guerra aberta contra o que considera "subsídio" recebido pela Embraer, o governo canadense planeja abrir uma nova frente de combate: levar o BID a condicionar a concessão de empréstimos ao Brasil ao fim dos incentivos. O Planalto soube e já se prepara para contra-atacar. Sozinho no mundo De um ministro, dizendo-se impressionado com a impopularidade do senador Luiz Estevão (PMDB-DF), ameaçado de cassação: "É a única unanimidade da base governista. Ninguém gosta dele. O Jader Barbalho (PMDB) só o defende a fim de não baixar a guarda para o PFL". Novo no ninho Registro feito por líderes partidários: Pedro Malan (Fazenda) está diferente, comporta-se como candidato. O ministro agora telefona para elogiar parlamentares por algum discurso ou atitude e até conversa sobre assuntos não-econômicos, o que não fazia até bem pouco tempo. Santo de casa Armínio Fraga (Banco Central) parece definitivamente convertido à causa da reforma tributária. Segundo disse a vários deputados, eventuais perdas de arrecadação seriam compensadas pela repercussão "amplamente positiva" que as medidas teriam sobre o mercado. Obras em consórcio Os empreiteiros paulistas resolveram ouvir em conjunto os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. Apeop, Secovi, SindusCon e Sinicesp vão promover um ciclo de debates, no mês de julho, com ênfase para os temas de interesse do setor. Canais distintos Na campanha de 88, Erundina, no PT, surpreendeu os pequenos e médios construtores, em debate no SindusCon. Já as grandes empreiteiras apostaram suas fichas em Maluf ou João Leiva. Algumas já previam, se Erundina ganhasse, a suspensão de obras de Jânio Quadros. O mesmo de sempre Collor (PRTB) pretende inovar na campanha eleitoral à prefeitura paulistana. Quer percorrer as ruas de SP de moto. Granja tucana Maldade pefelista: FHC vai criar o Ministério da Avicultura e convidar José Serra para ser o titular da nova pasta. Últimas linhas Dos 25 sub-relatórios da CPI do Narcotráfico, apenas um foi finalizado no prazo previamente combinado (quinta passada). Em razão disso, o relator Moroni Torgan vai pedir a Michel Temer para transferir a leitura final do dia 8 para 14 de junho. Parada técnica Já está na Casa Civil o texto do projeto, elaborado por Serra (Saúde), que proíbe a propaganda de cigarro no Brasil. Deve seguir logo para o Congresso. TIROTEIO Do coronel da reserva da PM José Vicente da Silva Filho (hoje no Instituto Fernand Braudel), que ajudou a elaborar o programa de segurança pública dos tucanos, sobre a atitude de Covas no conflito com os professores: - O comportamento do governador Covas, ao discutir com manifestantes, não é adequado a uma autoridade, pois ajuda a excitar os ânimos. CONTRAPONTO Viva o protocolo! Um segurança do Senado telefonou, dias atrás, para o gabinete de Marina Silva (PT-AC). Queria saber se devia autorizar a entrada de um índio que procurava pela senadora. Uma assessora autorizou, mas o segurança advertiu que havia um problema. - Qual é? - perguntou a assessora. O segurança respondeu que o índio estava de camiseta. A assessora argumentou que isso não era problema, pois já tivera oportunidade de ver índios andando no Senado de tanga. O segurança replicou: - É, mas eles estavam vestidos de índio. Este aqui está vestido de cidadão. E cidadão não pode entrar de camiseta cavada. O regimento não permite. Impaciente, ela sugeriu: - Pede pra ele tirar a roupa! O segurança se rendeu: - Pensando bem, acho melhor ele entrar assim mesmo. Próximo Texto: Rumo a 2002: Sucessão de FHC acirra rivalidade Serra-Malan Índice |
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